Anvisa proíbe substâncias de esmaltes em gel e outros cosméticos; saiba o motivo

Decisão nacional segue padrão europeu e afeta produtos para unhas que usam luz UV e LED

Nesta quarta-feira (29), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária decidiu proibir o TPO e o DMPT em cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes. A medida foi tomada para reduzir riscos de câncer e de problemas relacionados à fertilidade, considerando o uso frequente desses componentes em esmaltes e técnicas de unhas em gel. Empresas terão até 90 dias para retirar os produtos das prateleiras. As informações são do g1A proibição envolve o TPO, nome químico óxido de difenil [2,4,6-trimetilbenzol] fosfina, e o DMPT, definido como N,N-dimetil-p-toluidina ou dimetiltolilamina. Esses compostos integram fórmulas aplicadas em unhas de gel que passam por exposição à luz ultravioleta ou LED para endurecer. Estudos internacionais apontam que o DMPT apresenta potencial cancerígeno e que o TPO pode afetar a capacidade reprodutivaA diretora da Anvisa Daniela Marreco ressaltou que, mesmo com maior impacto entre profissionais da beleza, consumidores também enfrentam perigo em contato contínuo, afirmando: “Ainda que o risco ocupacional seja mais intenso, usuárias e usuários também estão sujeitos aos efeitos nocivos decorrentes da exposição. Cabe ao Estado atuar preventivamente, evitando a perpetuação de risco sabidamente evitável”Com essa determinação, o Brasil passa a adotar padrões semelhantes aos adotados pela União Europeia, que já bloqueou substâncias classificadas como inseguras. A partir desta decisão, fabricantes e importadoras ficam impedidas de desenvolver novos produtos com os compostos. O veto à produção e à entrada de novos itens vale desde o momento da publicação da normaA comercialização de produtos que já se encontram nas lojas poderá continuar por até 90 dias, e após esse período a Anvisa cancelará registros e revoga notificações existentes. A recomendação é de que empresas façam recolhimento de unidades ainda disponíveis no mercado ao fim do prazo de adaptaçãoO posicionamento da agência reforça que o contato eventual representa perigo menor, mas a exposição frequente, como no dia a dia de profissionais de salões, pode apresentar efeitos acumulativos e trazer danos ao longo do tempo. O setor de cosméticos, que movimenta valores bilionários no país e emprega grande número de trabalhadores, passa por atualização regulatória que busca fortalecer a segurança para quem utiliza e manipula os itens de beleza

Carregar Mais Notícias