Trisal na TV: ‘Terceira Metade’ mostra a nova cara do amor além do que se imagina
O amor livre ainda incomoda. E talvez seja justamente por isso que ele desperte tanta atenção — e até desconforto — entre quem acredita apenas em um único modelo de relacionamento. No reality Terceira Metade, já disponível no Globoplay, a proposta é simples, mas o impacto, nem tanto: casais de diferentes orientações sexuais buscam um terceiro para viver um trisal, enfrentando, juntos, os dilemas da não monogamia.
O amor livre ainda incomoda. E talvez seja justamente por isso que ele desperte tanta atenção — e até desconforto — entre quem acredita apenas em um único modelo de relacionamento. No reality Terceira Metade, já disponível no Globoplay, a proposta é simples, mas o impacto, nem tanto: casais de diferentes orientações sexuais buscam um terceiro para viver um trisal, enfrentando, juntos, os dilemas da não monogamia.Com apresentação de Deborah Secco, a atração não força ninguém a aceitar o novo, mas convida o público a olhar de forma mais honesta para as transformações no afeto contemporâneo. Afinal, como afirmou a própria atriz: “Cada um está num nível, mas o mais importante é todo mundo respeitar o seu tempo e o seu gosto.”Apesar disso, muitos ainda torcem o nariz para esse tipo de relação. A atriz Vida Vlatt, por exemplo, questionou nas redes sociais o impacto do programa, especialmente na formação de jovens. Segundo ela, tratar o poliamor com naturalidade seria “normalizar perversões”. O argumento, no entanto, reforça uma resistência a compreender o outro, ignorando que o mundo — e as formas de amar — mudaram.Apresentando o “Terceira Metade”, Deborah Secco revela o que é fidelidade para ela @luigi.civalliLogo nos primeiros episódios, “Terceira Metade” mostra que viver um trisal pode ser tão ou mais desafiador do que qualquer namoro a dois. Emoções se misturam quando o tema “ser marmita de casal” vem à tona. Muitos participantes desabafam sobre a sensação de exclusão, o julgamento externo e o preconceito que enfrentam fora — e até dentro — das relações.Diante disso, Deborah Secco reforça uma ideia poderosa: todos têm o direito de amar e serem amados. E embora nem todos estejam prontos para viver esse tipo de relação, escutar quem está já representa um avanço. A discussão sobre pertencimento, aceitação e liberdade de escolha aparece em cada detalhe — desde os dates descontraídos até as inevitáveis DRs.Além de provocar reflexões, o programa se aproveita do seu caráter voyeur. O público observa os conflitos, as conversas difíceis, os ciúmes e a tentativa de reorganizar sentimentos que muitas vezes sequer foram nomeados. Não existe fórmula mágica para se relacionar, e é justamente essa ausência de regra que gera incômodo, curiosidade e identificação.ai morrendo com o hétero não conseguindo disfarçar o incômodo 🗣️ ruan pegando todos e ainda mandando um “infelizmente” pra ele q não é bi kkkkkkMesmo com todo o apelo visual e a leveza típica dos realities, “Terceira Metade” também confronta tabus. O discurso de Deborah Secco durante a divulgação do programa ilustra bem isso: ela afirmou não apenas acreditar na não monogamia como uma tendência, mas também apontou a monogamia como uma instituição que já não atende a muitos casais.Essa opinião tem respaldo em dados. O número de divórcios no Brasil subiu nos últimos anos, e cada vez mais pessoas relatam dificuldades em manter relacionamentos baseados em exclusividade total. Isso não significa que todos devam viver em relações abertas, mas talvez represente o esgotamento de um modelo tradicional que não contempla mais a complexidade das emoções humanas.Deborah, aos 45 anos, vive atualmente um namoro discreto com o produtor musical Dudu Borges. Após se separar de Hugo Moura, pai de sua filha, a atriz mergulhou no projeto com uma bagagem pessoal que reforça a mensagem do programa. Como ela mesma disse, “muitos fingem fazer essa escolha só para machucar o outro.”Assistir “Terceira Metade” pode não convencer ninguém a formar um trisal, mas certamente provoca perguntas. E se o primeiro passo for apenas entender? Se a única exigência for o respeito, já teremos evoluído mais do que parece. Porque amar continua sendo um direito de todos — mesmo que cada um escolha amar à sua maneira.
