Morre Mikhail Gorbachev, líder da União Soviética que fez até comercial de pizza
O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev morreu nesta terça-feira aos 91 anos. O político russo estava no poder quando a União Soviética se dissolveu, em 1991. Nos seis anos em que ficou no comando, liderou reformas de abertura social e econômica, movimento conhecido como perestroika, e de transparência governamental (glasnost).
O presidente soviético firmou acordos de redução de armas com os Estados Unidos e parcerias com potências ocidentais para remover a Cortina de Ferro que dividia a Europa desde a Segunda Guerra Mundial e promover a reunificação da Alemanha.
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Nascido em 2 de março de 1931, na cidade russa de Privolnoye, é descendente de imigrantes russo-ucranianos. Formou-se em direito em 1955 pela Universidade Estatal de Moscou e em Economia em 1967.
, cresceu durante o governo de Josef Stalin. Quando jovem, operava colheitadeiras em uma fazenda coletiva. Depois, filiou-se ao Partido Comunista. Quando o regime stalinista acabou, em 1953, tornou-se um ativista pelas reformas desestalinizadoras, lideradas por Nikita Khruschov.
Em 1970, tornou-se o Primeiro Secretário do Comitê Regional da Stavropol e supervisionou a construção do Grande Canal de Stavropol. Nove anos depois, passou a integrar o Comitê Central do Partido Comunista, que o elegeu mais tarde como secretário-geral e, portanto, governador das 15 nações soviéticas.
MIKHAIL GORBACHEV COBROU POR ENTREVISTA COM JÔ SOARES
Quando se tornou secretário-geral do Partido Comunista Soviético em 1985, com 54 anos, Gorbachev resolveu revitalizar o sistema de governo introduzindo liberdades políticas e econômicas limitadas, mas suas reformas saíram do controle. Ele era justamente conhecido por suas ideias inovadoras. O político acreditava que reformas eram necessárias na União Soviética, especialmente depois do acidente nuclear de Chernobyl, em 1986.
Sua política da “glasnost” (transparência) permitiu críticas anteriormente impensáveis ao partido e ao Estado, mas também encorajou nacionalistas que começaram a pressionar pela independência nas repúblicas bálticas da Letônia, Lituânia, Estônia, além de outros lugares.
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Entre seus feitos, Gorbachev ordenou a retirada das tropas da Guerra do Afeganistão e participou de encontros com o presidente dos EUA, Ronald Reagan, para conter a proliferação de armas nucleares e pôr fim à Guerra Fria. Contudo, essas medidas colaboraram para enfraquecer o sistema estatal soviético. Ele acabou sendo exilado na Ucrânia quando grupos tentaram dar o golpe de Estado. A pressão o forçou a renunciar em dezembro de 1991, mesmo mês da dissolução da União Soviética.
Depois de deixar o cargo, Mikhail Gorbachev tornou-se crítico contra os governos de Boris Yeltsin e Vladimir Putin. Ele ainda atuou no movimento social-democrata russo, com a Fundação Gorbachev.
COMERCIAL DE PIZZA DEU O QUE FALAR
Além da política, o ex-líder soviético se destacou ainda pela ousadia de protagonizar um comercial da Pizza Hut em 1997, apenas seis anos depois do colapso do país que liderava.
Na propaganda para a marca americana de pizza, Gorbachev aparecia em um dos restaurantes da rede ao lado de sua neta, Anastasia, a época com 10 anos de idade.
As imagens mostravam o avô e a neta caminhando pela Praça Vermelha, um cartão postal clássico da cidade de Moscou, até entrarem na loja. Lá, dois homens de uma família russa discutiam o mandato polêmico de Mikhail Gorbachev e o fim — que ainda era recente — do período socialista do país, tentando decidir se isso tudo deve ser visto como algo positivo ou negativo.
Sentada na mesma mesa dos homens, uma idosa chegava a uma conclusão: “Por causa dele [Gorbachev] temos Pizza Hut”.
Representantes do antigo líder soviético na época que Mikhail tinha concordado em fazer parte do comercial americano para conseguir arrecadar mais fundos para a Fundação Gorbachev de Estudos Socioeconômicos e Políticos, que leva o seu nome e está ativa até hoje.
GORBACHEV COBROU PARA SENTOU NO SOFÁ DO JÔ
Em 1994, , estava completando seis anos de sucesso no SBT com o “Jô Soares Onze & Meia”. Para comemorar, a cervejaria Brahma organizou uma grande ação de marketing para unir o apresentador com a Copa do Mundo de Futebol que ocorreria naquele ano
Jô apresentaria seu talk-show no país-sede do torneio, que era os Estados Unidos, e ainda faria matérias nos países que o Brasil enfrentaria durante o mundial. A primeira partida foi contra a Rússia, com Raí e Romário marcavam os dois gols brasileiros que garantiram a vitória. Naquela noite, Jô esteve diante do então líder Mikhail Gorbachev.
A pedido dos publicitários, o comunicador deveria pedir para Gorbachev, em certo momento da entrevista, levantar o dedo e gesticular a referência da ação publicitária. Jô achou um absurdo, como declarou no livro.
Para a esperada entrevista, os publicitários tiveram que pagar US$ 5 mil dólares, valor considerado “merreca” para um líder tão prestigiado a altura. Gorbachev aceitava o dinheiro apenas por baixo dos panos, sem declarar a quantia — e seu secretário ainda receberia 1/5 do valor.
Ao ser perguntado se o Brasil ganharia a Copa do Mundo, algo repentino chamou a atenção do apresentador: “Brasil? Sim, Brasil, número um!”, disse MikHail Gorbachev fazendo o sinal com o indicador.
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