Rainha Elizabeth II morre aos 96 anos

rainha elizabeth II

Morreu nesta quinta-feira, 8 de setrembro, aos 96 anos, na Escócia, a rainha Elizabeth II do Reino Unido. A informação foi confirmada pela BBC de Londres. A monarca estava sob supervisão médica desde a quinta-feira, 8 de setembro, data em que o Palácio de Buckingham emitiu um comunicado oficial informando o estado de saúde da rainha.

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Rainha Elizabeth II com colar de pérolasRainha Elizabeth II com colar de pérolas
Foto: Reprodução/Instagram/@theroyalfamily

Na data, a nota informava que a monarca “estava confortável”, porém os médicos estariam preocupados com seu estado de saúde. Membros da família real foram chamados para ir ao palácio de Balmoral, na Escócia, residência de férias onde Elizabeth II estava deste o último dia 21 de julho.

NASCIMENTO

Elizabeth II, nascida Elizabeth Alexandra Mary, nasceu no dia 21 de abril de 1926, em Mayfair, uma área do centro da região de Londres, no canto leste do Hyde Park, na cidade de Westminster, na Inglaterra. Ela foi a primeira filha do duque e da duquesa de Iorque, que mais tarde se tornariam rei Jorge VI e a rainha Isabel. Sua família a chamava de “Lilibet”. Sua única irmã, Margarida (1930 – 2002), nasceu quatro anos depois. As duas receberam os cuidados da governanta Marion Crawford, que em 1950 publicou uma biografia sobre a infância de Elizabeth e Margarida. Nela, relatos da paixão da rainha por cavalos, cachorros, sua disposição metódica e atitude de responsabilidade. Seu pai subiu ao trono em 1936, após seu irmão, o rei Eduardo VIII abdicar do trono, tornando a princesa Isabel a herdeira presuntiva do trono britânico. Elizabeth II foi educada grande parte do tempo em casa. Começou a exercer funções públicas durante a Segunda Guerra Mundial.

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CASAMENTO E FILHOS

Em novembro de 1947, aos 21 anos de idade, Elizabeth II se casou com Filipe Mountbatten, um ex-príncipe da Grécia e Dinamarca. Eles eram primos de segundo e terceiro grau por parte do rei Cristiano IX da Dinamarca e da rainha Vitória, respectivamente. Consta que aos 13 anos de idade a monarca já era apaixonada por Filipe. Os dois trocavam cartas e assim a aproximação se tornou ainda maior. O noivado foi anunciado no dia 9 de julho daquele ano.

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O casamento ocorreu sob polêmicas. Filipe não tinha lá uma boa situação financeira. Era estrangeiro, tendo servido apenas a Marinha Real Britânica durante a Segunda Guerra e tinha irmãs casadas com nobres alemães com ligações nazistas. Na biografia, a governanta descreveu Filipe. “Alguns dos conselheiros do rei não o achavam bom o bastante para ela. Ele era um príncipe sem casa ou reino. Alguns dos jornais tocaram músicas longas e altas sobre as origens estrangeiras de Filipe. Entretanto, Elizabeth mais tarde contou ao biógrafo Tim Heald que o príncipe era “um cavalheiro inglês”. Eles tiveram quatro filhos: Carlos, príncipe de Gales; Ana, princesa Real; o príncipe André, Duque de Iorque; e o príncipe Eduardo, conde de Wessex. A união durou 73 anos após a morte de Filipe, em 2021.

ASCENSÃO E COROAÇÃO

Durante o reinado de seu avô, Elizabeth era a terceira na linha de sucessão ao trono depois de seu tio, Eduardo, Príncipe de Gales e seu pai. Na ocasião, não era esperado que ela se tornasse rainha, uma vez que Príncipe de Gales ainda era jovem e muitos presumiam que ele se casaria e teria filhos. Jorge V morreu em 1936 e seu tio ascendeu como Eduardo VIII, com ela ficando em segundo na linha de sucessão depois do pai.

Mais tarde no mesmo ano, Eduardo abdicou após a sua proposta de casamento com Wallis Simpson ter causado uma crise constitucional. Assim, o Duque de Iorque tornou-se rei com o nome de Jorge VI e Elizabeth se tornou a herdeira presuntiva – pessoa que, por nomeação ou via proximidade de parentesco, tem o direito a um trono ou título de nobreza. Se os seus pais tivessem tido um filho homem, ela perderia a sua posição como primeira na sucessão já que o seu irmão seria herdeiro aparente e ficaria acima dela na linha de sucessão.

Com a morte do pai, em fevereiro de 1952, Elizabeth II tornou-se rainha reinante de sete países independentes. Nesta época, a monarca tinha apenas 25 anos. Vivenciou grandes mudanças políticas ao redor do mundo, como os problemas na Irlanda do Norte, a devolução no Reino Unido, a descolonização da África e a adesão do Reino Unido às Comunidades Europeias e a retirada da União Europeia.

A coração se deu no dia 2 de junho de 1953. A cerimônia aconteceu na Abadia de Westminster e foi televisionada pela primeira vez, com exceção da parte da unção e da comunhão. Ao longo de todo o tempo em que herdou o trono, o número de seus reinos variou ao longo do tempo à medida que os territórios conquistaram a independência e alguns reinos se tornaram repúblicas. Elizabeth ainda foi a primeira monarca feminina soberana da Casa de Windsor, Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra e Comandante Suprema das Forças Armadas do Reino Unido.

O MUNDO TAMBÉM VIU

Não era apenas o que Elizabeth II fazia ou deixava de fazer o que interessava. Os nascimentos e casamentos de seus filhos e netos também se tornavam holofotes da vida pessoal da rainha. A investidura do Príncipe de Gales e as celebrações de marcos como seus jubileus de Prata em 1977, Ouro em 2002 e Diamante em 2012 da mesma forma foram acompanhados de perto pelo mundo inteiro.

COM 14 ANOS, JÁ ATUAVA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

O Reino Unido entrou para a Segunda Guerra Mundial em 1939. Na época,  Lorde Douglas Hogg, 1.º Visconde Hailsham, sugeriu que Elizabeth e Margarida fosse evacuadas para o Canadá, porém isso foi rejeitado pela rainha, que declarou: “As crianças não vão sem mim. Eu não vou partir sem o Rei. E o Rei nunca partirá”. No ano seguinte, a monarca, com então com 14 anos, fez sua primeira transmissão de rádio durante a Children’s Hour da BBC, dirigindo-se a outras crianças que haviam sido evacuadas das cidades.

“Estamos tentando fazer tudo o que pudermos para ajudar os nossos valentes marinheiros, soldados e aviadores, e também estamos tentando suportar a nossa quota de perigo e tristeza da guerra. Sabemos, cada um de nós, que no final tudo ficará bem”, disse Elizabeth, ainda adolescente. Entre os 16 e 18 anos, a monarca já vinha se preparando caso seu pai ficasse incapacitado.

Em 1947, com 21 anos, Elizabeth fez sua primeira viagem internacional com os pais pelo sul da África. Em uma transmissão ela disse ao mundo: “Eu declaro diante de vocês que toda minha vida, seja ela longa ou curta, será dedicada ao seu serviço e ao serviço da nossa grande família imperial, à qual todos nós pertencemos”.

SEIS TIROS

Em 1980, seis semanas antes do casamento do Príncipe de Gales e Lady Di, Elizabeth levou seis tiros enquanto cavalgava por uma importante avenida de Londres com seu cavalo. Mais tarde, a polícia descobriu que os tiros eram de festim. Marcus Sarjeant, o atacante de 17 anos, foi sentenciado a cinco anos de prisão, porém foi solto depois de três. A década também marcou o grande interesse da mídia pela vida pessoal da rainha. Histórias sensacionalistas eram o que mais tinham, mas em sua maioria, eram falsas.

O SEGUNDO ATENTADO

No dia 25 de dezembro de 2021, um jovem de 19 anos invadiu o Palácio Real mascarado com capuz segurando uma arma medieval, dizendo que iria tentar matar a rainha com o objetivo de vingança. O rapaz foi pego e foi encaminhado para um hospital psiquiátrico, por sorte, não chegou a encontrar com Elizabeth. Segundo o jornal The Mirror, o jovem atendia pelo nome de Jaswant Singh Chail.

SAÚDE FRÁGIL

No dia 20 de outubro de 2021, a Rainha Elizabeth II foi internada em um hospital para “investigações preliminares”, de acordo com o Palácio de Buckingham. A internação foi “relâmpago”, pois, no dia seguinte, ela recebeu alta e voltou para casa.

Já em casa, a monarca não participou de eventos reais sem ter uma companhia. De acordo com o Page Six, o Palácio disponibilizou um outro membro da realeza para estar ao lado dela nos eventos que viessem, como uma forma de medida preventiva, caso ela se sentisse mal. 

De acordo com o Telegraph, na época com 95 anos, a Rainha Elizabeth II passou a ter tarefas mais leves, depois de receber alta hospitalar, fazendo, assim, com que seus compromissos tivessem sempre uma companhia para eventuais necessidades relacionadas à saúde. E também é uma garantia ao povo de que, mesmo que a Rainha não possa participar de algum compromisso, um outro membro real estará em seu lugar.

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