Entrevista: Júlia Freitas lança “Tempo”, EP guiado por uma narrativa promissora de autoconhecimento e reflexão

Entrevista: Júlia Freitas lança “Tempo”, EP guiado por uma narrativa promissora de autoconhecimento e reflexão

Nesta sexta-feira (23), a cantora, compositora e atriz Julia Freitas divulga seu EP de estreia “Tempo”. Com produção de Jeff Pina, o lançamento conta com cinco faixas que ilustram muito bem a sonoridade de Julia, em um pop leve e essencialmente acústico que dá destaque para a sua voz melódica, que sempre chama a atenção de quem a vê cantar.

Júlia é uma compositora autodidata, que propõe para suas músicas um som simples e, ao mesmo tempo, poético, inspirado principalmente na cena “good vibes” de nomes como AnaVitória e Tiago Iorc. Agregando ainda mais valor para o material, cada música conta com seu próprio clipe, que é sempre interligado de alguma forma ao vídeo anterior. Ela conversou com o POP Mais e contou a fundo sobre o processo criativo de “Tempo”. Você confere abaixo esse bate-papo.

Você estuda música e tem vivência nas artes desde pequena. Teve algum momento específico em que você percebeu que era isso que você queria para a sua vida?

Teve sim. Em 2018 eu estava fazendo um curso de desenvolvimento pessoal e aplicaram um exercício para eu fazer sobre sonhos. Eu tinha que desenhar algo que eu queria muito para mim… E de repente me vi desenhando um palco onde eu cantava para muitas pessoas e naquele momento eu parei e me observei e vi que era esse o caminho que minha alma queria seguir. E a partir daí eu tomei como objetivo de vida assumir e construir minha carreira.

O EP começa falando sobre antepassados e termina com uma reflexão sobre a chegada do futuro. Como foi construir isso? Que significado essas músicas têm para você e para a sua vida?

Foi muito interessante, pois quando componho geralmente as letras vêem para materializar momentos em que eu mesma estou passando… É uma forma de colocar para fora o que está dentro do meu coração. Esse EP foi formado por algumas músicas que compus de 2018 a 2021, selecionei 5 que representavam aquilo que queria passar. Sigo a filosofia de Mokiti Okada que ensina a olharmos para os nossos antepassados com gratidão e inspirada nesse sentimento escrevi “Navegantes de Marés” e seguimos para a música “Passou a Vida” que representa um momento em que ficamos olhando tanto para o passado a ponto de ficarmos presas nele e não vivendo o presente, essa canção foi inspirada na perda da minha mãe quando tinha 15 anos e fiquei por muito tempo parada na vida remoendo essa falta e o clipe foi muito bem roteirizado e dirigido pelo Fernando Biscalchin onde utilizou a areia da praia para metaforizar esse tempo que já passou e que vai nos consumindo como uma ampulheta e nos deixando imobilizados para ver o presente. Depois escolhi a música “Um Dia” para continuar essa história do EP, essa canção traz um pedido de mudança, uma crítica ao cotidiano no automático, sem “sabor”, onde foi muito bem trabalhado no clipe através de um café da manhã “robotizado”. A seguir temos “Compondo com Zeus” uma metáfora para falar do Criador, da centelha divina que está dentro de nós, onde através dela podemos nos reconectar com a Luz, e podermos viver uma vida com propósito. E a história do EP finaliza com a música “Sinta a Vida” onde é uma junção das memórias do passado trazendo uma mensagem sobre olhar para elas com gratidão e leveza para poder apreciar o presente que está sempre de portas abertas para nós todos os dias. Gravei o clipe na casa onde passei maior parte da minha infância, no inteiro de São Paulo. Recriei as imagens minhas do passado com imagens do presente para fechar com chave de ouro essa reflexão do EP, convidando a todos a sentir a vida.

Algumas dessas composições é a sua favorita? Qual?

Difícil, gosto de todas (risos). Mas se eu tiver que escolher uma, diria “Um Dia” que para mim ela ilustra o cotidiano de muitas pessoas, inclusive o meu e representa essa força interna de mudança de vida.

O que exatamente você quer que seu ouvinte aprenda ao escutar as cinco faixas? Qual a mensagem que ele vai absorver depois disso?

Gostaria que ele pudesse voltar o olhar para quem veio antes que ele, honrar pais, avós… entender que eles abriram muitos caminhos, entre erros e acertos, para que hoje pudesse viver esse sonho que foi deles também, de uma vida melhor, com mais felicidade… Por mais difícil que hoje possa ser em alguns momentos, vivemos bem melhor que eles. E que meu ouvinte possa compreender esse passado, mas não ficar presa a ele, que ele possa ter coragem de mudar, saborear os dias, entender que ele tem uma partícula divina dentro, uma estrela que pode brilhar quando ele se une ao criador. E desejo que ao ouvir ele também possa resinificar algum passado que não foi tão feliz quanto ele esperava, olhar com gratidão e entender que o presente está sempre de portas abertas para ser sentido e vivenciado. A mensagem que fica ao absorver isso tudo é de ha

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