ANÁLISE | Decisão do TSE contra a Jovem Pan foi justa?

ANÁLISE | Decisão do TSE contra a Jovem Pan foi justa?

Desde as últimas horas, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em restringir a cobertura eleitoral da Jovem Pan segue sendo o debate do momento nas redes sociais. A entender da análise, primeiro é fundamental o que levou a corte a tomar tal decisão.

A emissora tinha sido avisada pela justiça, e pediu aos colaboradores que reduzissem as avaliações feitas pela gestão de Jair Bolsonaro. E a decisão desta quarta-feira (19) em maioria formada, por 4 votos a 3, restringe a cobertura das eleições deste ano pelo Grupo Jovem Pan.

A alegação é de favorecimento ao atual presidente, com informações falsas exibidas na programação do canal, além dos comentários feitos pelos jornalistas da organização presidida por Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o então Tutinha.

A Jovem Pan é uma emissora bastante conhecida pelo público dos apoiadores de Bolsonaro, e sendo vista até por estes como a única emissora ao tratar da verdade. A colocação deste público se aplica em razão do amplo espaço dado para mostrar os esclarecimentos dados pelo presidente da república.

E mesmo que a própria empresa se trate por neutra, mas preza pela pluralidade, não há como negar que se alguém quiser ver algo de bom feito pela atual gestão, basta sintonizar a Pan no rádio ou na TV. E até com decisão nas costas da Justiça Eleitoral, peças-chave da campanha bolsonarista era explorada ao longo da programação.

Ressaltasse também que todo esse conteúdo servia para alimentar a propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro na tentativa de virar votos a pouco menos de duas semanas do segundo turno do pleito em todo o país.

O assunto vai render e se arrastar até mesmo após o período de eleições, seja a decisão revertida ou não. Várias instituições, inclusive a CNN Brasil, repudiam quaisquer formas de restringir a liberdade de expressão, assegurada pela Constituição Federal.

O caso é tratado como “censura prévia”, uma vez que isso se aplica apenas a uma área que vem sendo o assunto, que é as eleições. Mas, avaliando as falsas notícias e amplo espaço e exploração da campanha do atual chefe do executivo, pôde-se entender em partes que a decisão é para punir, e não calar a emissora de exercer suas atividades.

É tanto que a Jovem Pan não foi impedida de seguir no ar, tampouco teve seu sinal desligado pela Justiça Eleitoral, muito menos obrigado a dizer que o TSE é algo fantástico, mesmo de de forma forçada.

O debate de ideias tanto defendido pela Jovem Pan necessita de balanceamento, uma vez que mesmo contanto com Amanda Klein, jornalista que se declara contrária a tudo defendido por seus colegas, não existe um peso igual, diferente da CNN.

Algo que até sua colega, a CNN Brasil propõe com o quadro “Liberdade de Opinião” no “CNN Novo Dia”, é discussões sobre temáticas que trazem impactos à sociedade, com o considero ‘os dois lados da moeda’, explorando de maneira igual, os pontos e contrapontos que os comentários do canal defendem.

A decisão da maioria do TSE desperta a Pan para a pluralidade de ideias, com pesos iguais para ambos os lados, seja dois lados ou mais. Mas, o que a ala bolsonaristas, e outros defendem é que a Pan foi censurada, algo que mesmo que a campanha de Jair não use, a decisão pode ser vista como desfavorecimento para o candidato Lula, uma vez que, segundo a oposição, caso eleito, implante censura em todos os meios de comunicação.

O artigo acima não reflete a posição do Portal POP Mais, ou terceiros.

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