Regina Duarte é chamada por Bolsonaro e deve substituir secretário envolvido em polêmica nazista

A atriz Regina Duarte, uma das apoiadoras mais ilustres do presidente Jair Bolsonaro, deve ser a nova Secretária Nacional de Cultura

Caiu como uma bomba no Palácio do Planalto nesta quinta-feira – 17 – , um vídeo do então Secretário Nacional de Cultura, Roberto Alvin. Nas imagens, que foram compartilhadas pelos perfis oficiais da Secretaria, ele parafraseou Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, além de falar tendo como tema de fundo musical uma música de Wagner, compositor preferido de Hitler. Se depender do presidente Jair Bolsonaro, a substituta de Alvin deve ser Regina Duarte.

A famosa atriz global, que surpreendeu o mundo artístico ao declarar apoio a Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, já foi convidada para assumir a pasta, mas recusou. Agora, de acordo com informações divulgadas pela jornalista Monica Bergamo na Folha de S.Paulo, o assédio a ela aumentou. Ela vem sendo cortejada por membros do entorno de Bolsonaro desde o anúncio da exoneração de Alvin, que aconteceu na tarde desta sexta.

A atriz disse a interlocutores estar animada, mas ainda em dúvida sobre assumir o cargo ou não. Ela deve dar sua resposta ao presidente até este sábado. Em novembro do ano passado, Regina Duarte havia criticado a nomeação de Alvin. “Não posso dizer que aprovo esta nomeação. Quem me conhece sabe que se eu pudesse opinar, teria sugerido outro perfil de pessoa para ocupar cargo de tal responsabilidade. Alguém com mais experiência em gestão pública e mais ‘agregadora’ da classe artística”, disse ela no Instagram.

Roberto Alvin, no vídeo que causou polêmica nas redes sociais, disse que “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”.

A frase tem semelhança clara com um discurso do ministro da propaganda nazista divulgado no livro Joseph Goebbels: uma Biografia.”A arte alemã da próxima década será heroica, será ferramente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse o nazista na época.