Em homenagem à obra de Chico Buarque, Jona Poeta lança novo álbum 

Em homenagem à obra de Chico Buarque, Jona Poeta lança novo álbum 

Seja você um entusiasta da MPB ou não, certamente, as canções de Chico Buarque já te atravessaram ou te encontraram em alguma esquina da vida. Nos anos 90, ainda um menino, Jona Poeta ouviu pela primeira vez a canção “Futuros Amantes”. Naquele cenário, sem recursos e possibilidades de se fazer música, ele enchia garrafas de vidro no intuito de encontrar a medida certa de água para reproduzir as notas dos primeiros acordes. Até chegava perto, mas não como agora. Nesta sexta-feira (10), o cantor e compositor gaúcho radicado em São Paulo lançou o álbum “As Canções Que Fiz Com Chico”, em todos os aplicativos de música.

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Além das sensíveis e intensas canções inspiradas na obra de uma das principais vozes da MPB, a concretização do maior e mais importante projeto musical do artista traz um belíssimo álbum visual, que vai ao ar na mesma data, às 12h, no YouTube. O audiovisual, dirigido por Jona Poeta e Pedro Oliveira, apresenta as canções do artista traduzidas em dança contemporânea com coreografias e execução em cena de Eliz Gomes e Pedro Almeida.

“A arte é primariamente uma forma de eu me expressar. Esse trabalho exprime sentimentos tão complexos e controversos que, mesmo em uma sequência cartesiana, ficava difícil de me fazer entender no EP apenas com as músicas”, conta. “Há uma necessidade egóica de universalizar uma narrativa que é toda ensimesmada, então recorri às outras artes: a dança, o audiovisual, a teatralidade e a poesia que criei para ligar uma música à outra e deixar nítida a história que estou contando. Embora toda a concepção artística do álbum visual tenha sido pensada para a confusão visual e para gerar mais questionamentos que afirmações – que é o meu momento atual na vida e relacionamentos –, para mim, as perguntas são mais importantes que as respostas. As respostas mudam com o tempo, as perguntas não”, completa.

COMPOSIÇÃO

Com produção musical de Binho Mantenti e produção executiva de Renan Ribeiro, a sonoridade deste novo trabalho é uma pausa no pop que o artista vinha explorando em sua carreira, para retomar a veia MPB repaginada pela contemporaneidade, já presente no seu primeiro álbum “Soltei”. “Eu não sou literato na obra do Chico. Sou um grande fã. Há bastante coisa do repertório dele que eu não ouvi, inclusive, porque a obra dele é vastíssima, mas o que ouvi, foi repetidamente e isso permeia meu jeito de escrever, compor e criar”, explica. 

Todas as canções contam com parcerias na composição, intencionalmente para trazer maior diversidade para a estética. São eles: Grego Jardim em “Seu Tolo, Maurício Pazz em “Música Roubada”, Matheus Crippa em “Em Frente a Porta”, Igor Santisou na já lançada “Tua Mania” e em “Rima Óbvia” e, por fim, Willian Policarpo em “Laços Que Não Sei Manter”. “Nenhuma dessas composições foi propositalmente feita para se mostrar inspirada na obra do Chico. Mas, uma vez feitas, era inegável para mim a influência. Entre várias composições que nasceram nesses anos, fui coletando essas seis que eram mais embebidas de Buarque e as reuni neste trabalho”, diz Jona.

‘DESDE A INFÂNCIA’

A canção “Tua Mania”, lançada há algumas semanas, como single e videoclipe, acumula cerca de 140 mil streamings nas plataformas digitais e abriu caminhos para as demais, como que em compensação ao tempo engavetada, tendo em vista que foi a primeira composição do artista. “Esse trabalho vem desde a infância, quando, na escassez de uma vida muito humilde, eu tentava aprender música pela ‘TV Cultura’ usando garrafas de vidro com água como instrumento. Embora a primeira composição tenha nascido 10 anos atrás, a raiz está nesse sonho de criança de ser artista”, destaca.

Há três anos, Jona vem trabalhando na concepção deste projeto que se apresenta agora e, de lá para cá, veio tomando forma, ganhando mais tripulantes, ideias e cores. “Esse trabalho para mim significa uma emancipação estética e artística, para além da homenagem ao Chico. Nesse trabalho, eu me rasguei em emoções expostas como já fiz em outros, mas com o adendo de protagonizar a produção e as escolhas. Sinto-me emancipado”, diz o artista que aspira os palcos, a partir de 2024. “Nunca me ocupei de vender meu show, chegou a hora de pausar a produção e ir pro palco”, finaliza.

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