Irmã de João Rebello diz ter certeza de que o ex-ator mirim foi morto por engano: – Meu irmão não tinha inimigos

Na manhã desta segunda-feira, dia 28, a irmã de João Rebello participou do encontro para falar sobre a perda do DJ e ex-ator. O artista, que é sobrinho de Jorge Fernando e esteve no elenco de novelas como Vamp e Cambalacho quando era criança, foi morto com 12 tiros enquanto aguardava uma amiga em Trancoso, na Bahia.

Maria Carol Rebello começou destacando como a sua família tem um vínculo muito próximo.

– Eu estava em casa, somos uma família que tem uma conexão muito grande, somos muito unidos, nos falamos o tempo inteiro. Eu havia acabado de falar com meu irmão de tarde, minha mãe tinha acabado de conversar por horas com ele, a gente está sempre dando espaços, escolhendo as coisas e decidindo junto.

Em seguida revelou que quem deu a notícia de que João havia morrido foi sua cunhada, Karine Santana.

– Minha cunhada me ligou, a Karine. Eu saí do banho, na verdade, tinha uma mensagem dela. Naquela coisa de quem tem uma sensibilidade um pouco mais apurada, imaginei que fosse algo que tivesse acontecido com meu irmão. Mas eu imaginei um acidente, qualquer coisa menos o que aconteceu. É muito difícil de acreditar que isso está acontecendo. Parece que a gente está flutuando, que é pesadelo, que a qualquer momento vamos acordar e que não é verdade. É um minuto a cada minuto. Estamos ficando muito junto. É nessas horas que a gente vê que tem muito amigo. Meu irmão era um cara muito amado. Estamos sendo muito acolhidos por muita gente.

Ela conta que o município baiano era muito especial para seu irmão, por isso ele decidiu comprar uma casa e realizar o sonho de morar lá.

– Eu fui à Trancoso, um lugar pelo qual temos muito afeto muito especial desde criança, que minha mãe ama. Um lugar que conhecemos nos anos 1990, minha mãe sempre levou a gente para lá. A gente tem muita história, muito afeto. Depois da pandemia, meu irmão decidiu realizar o sonho dele de morar lá. Escolheu o terreno dele, construiu a casa dele e estava fazendo o que sabe fazer, que é arte, espalhar arte, música, muita criatividade. Ele estava lá fazendo isso muito feliz.

Carol diz que estava no Rio de Janeiro quando soube da morte e foi até Trancoso para fazer companhia à cunhada e levar o corpo do DJ até a capital carioca.

– Eu sou, com certeza, a maior fã e admiradora do meu irmão. Eu tinha dado um jeito de ir atrás dele, estava lá também, tinha passado dois meses lá com ele. Estava no Rio na hora que aconteceu, mas já com data de voltar para lá. Fui para lá correndo até para acolher a minha cunhada, porque eles viviam lá só os dois. E para resolver, inacreditavelmente, trazer o corpo do meu irmão para o Rio.

Ao ser questionada por Patrícia Poeta sobre como estão as investigações do crime, ela explicou que a assistência jurídica está buscando transferir o caso à Polícia Civil de Porto Seguro.

– É muito delicado eu falar isso porque foi um crime muito brutal. Meu irmão não foi assaltado e levou um tiro, ele foi executado brutalmente. Então é muito difícil eu falar qualquer coisa nessa linha de investigação. A Polícia Civil está investigando, eu particularmente acho tudo muito lento e confuso, mas não posso falar. A gente já está com a nossa assistência jurídica para tentar levar o caso para o homicídio da civil de Porto Seguro, que eu acredito que possa ter mais condição e estrutura para apoiar isso.

Ela também revelou se acredita que João foi assassinado por engano:

– Eu acredito não, tenho certeza. O João era artista, fazia música, artes, festas, criava sonhos. Meu irmão, desde os seis anos de idade trabalha com arte, a gente nasceu dentro do teatro, da televisão. Meu irmão não tinha inimigos. Além de tudo, além da arte, somos de uma família de criação espírita, crescemos dentro de um terreiro de Umbanda, somos herdeiros de muita luz, de muita espiritualidade. Meu irmão era um homem que trabalhava isso, buscava isso. Ele estava nesse caminho, nesse processo de crescimento espiritual, de busca, de se conhecer.

Em seguida, continuou:

– A única coisa que conforta o meu coração na morte e em como meu irmão morreu é tentar entender que estava no processo dele espiritual. Por que tem que ser dessa forma? É o que a gente se pergunta. Eu só penso isso, que era parte de um processo espiritual que meu irmão tem, ele está fazendo. Ele só pregava o bem, a preocupação do meu irmão era fazer com que as pessoas olhassem o mundo da forma como ele olhava. Ele não gostava de falar mal das pessoas. Em rodinhas em que vem um assunto ou uma fofoca de um amigo, ele tinha pavor disso. Meu irmão era querido por todo mundo, não existe uma faísca de um motivo ou de qualquer coisa que justifique o que fizeram com ele. Eu tenho certeza de que ele estava… não posso nem falar na hora errada e no local errado, porque eu acredito realmente que faz parte do processo espiritual do meu irmão, porque se eu não acreditar nisso, acho que não consigo seguir mais.

Carol também comentou sobre o fato de ter precisado fazer uma publicação nas redes sociais pedindo que as pessoas respeitassem a família no momento de luto.

– Apesar de a gente ser artista desde criança, sobrinhos tidos como filhos [de Jorge Fernando], porque meu tio sempre tratou a gente assim e educou eu e meu irmão junto da minha mãe, a gente sempre fez parte, mas como artistas mesmo. A gente faz arte porque ama, porque tem algo a dizer, porque quer transformar o mundo e o olhar das pessoas, e não pela fama. Eu não tenho muitos seguidores, meu irmão tinha muito menos. A gente não tem essa dinâmica com rede social, publicidade e a fama. A gente tem uma relação com a arte. Pela primeira vez eu pude entender mais ou menos o que os artistas de hoje em dia e essa juventude que trabalha com a internet passam e como se adoecem a partir de tudo o que as pessoas falam sem saber, o que escrevem, emanam de negatividade atrás de uma tela. Eu sei disso, mas não tinha noção de como isso fere quem está do outro lado. 

E finalizou

– É uma falta de respeito, de educação, de empatia, de conhecimento e de sabedoria. As pessoas estão falando com alguém que não conhecem, de algo que não têm a menos noção. Ninguém sabe o que está acontecendo lá. Então eu fiz um post pedindo isso, para que as pessoas respeitassem e não falar sobre o que não sabem, sabendo que provavelmente em vão, porque com certeza são pessoas que de alguma forma têm um lado sombrio. Acho que não têm a menor escuta. Além de tudo, tenho que lidar com isso.

Redes sociais

No último sábado, dia 27, Maria Carol Rebello compartilhou uma foto do irmão com Jorge Fernando e escreveu:   

Eu celebro vocês, eu vibro por vocês, eu amo eternamente. Jorge & João.

Já nesta segunda-feira, dia 28, ela fez uma nova homenagem a João ao compartilhar um vídeo com momentos da vida nele. Na legenda da emocionante retrospectiva, deixou uma bela mensagem:

Que seus guias e nossa ancestralidade de luz te recebam e te guiem, meu irmão. A gente sempre soube e conversávamos muito como é poderosa essa jornada, você sempre buscou evolução e entendimento e eu fico aqui com a certeza que você tá no caminho, e o seu caminho é luz! Pura luz!

Uma publicação compartilhada por Maria Carol Rebello (@mariacarol.rebello)

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