Marcos Mion descreve missão de honrar Rock Balboa em MMA – Meu Melhor Amigo: – Não parei de treinar nenhum momento

Marcos Mion é fã de carteirinha de Rocky Balboa e buscou honrar o icônico personagem da franquia protagonizada por Sylvester Stallone ao viver o lutador de Max Machadada no filme MMA – Meu Melhor Amigo. O longa-metragem apresenta o ator e apresentador com um físico impressionante enquanto encara cenas de muita ação na academia e nos ringues. 

Durante coletiva de imprensa, da qual o Fofocas e Famosos participou, o comandante do Caldeirão explica o motivo de ter decidido fazer um longa-metragem em que surge como um atleta de MMA.

– Quando comecei a pensar, fui para os meus signos, meus elementos, meus pilares. Sou cria de Rocky Balboa, isso é fato. Para mim existem duas Bíblias, a de Jesus e a de Rocky Balboa. Está tudo ali. Pessoal para muito de Shakespeare, mas se você for ver Rocky Balboa, todas as relações humanas estão lá, todas as dúvidas, todas as quedas, todas as traições… Obviamente, tinha que ser um filme em que eu honrasse esse personagem que me criou ao longo da minha vida toda. Eu mudei o meu físico porque quando vi Rocky IV no cinema pensei: Eu quero um dia ser como esse cara. 

Apesar de retratar a história de um lutador que está fazendo de tudo para voltar aos holofotes das competições, a produção também aborda os desafios da paternidade quando se tem um filho com Transtorno do Espectro Autista, temática presente na vida pessoal de Mion, que é pai de Romeo. 

– Vai juntando os elementos, eu queria fazer um filme de lutador, mas ao mesmo tempo não posso negar o propósito que Deus me deu, que é o autismo, ser porta-voz. Tudo que eu faço hoje eu incluo o autismo, a gente tem um quadro no Caldeirão que é um espaço físico para artistas PCDs baseado na apresentação do Romeu. Hoje muda a vida de muita gente, leva PCDs para todo o Brasil, então tinha que ter o autismo no filme. 

O artista conta que começou o intenso processo de preparação física cerca de cinco meses antes do início das gravações. Um dos desafios foi mudar os seus instintos naturais para adotar a forma de agir de um lutador para melhor representar a profissão nas telas. 

– Foi um processo que começou cerca de 150 dias antes de a gente iniciar as filmagens. Eu comecei a preparação física e a preparação para as lutas. É muito difícil, porque você tem que mudar muitas chaves instintivas que você tem. Eu queria que as lutas fossem realistas. Tenho muitos amigos que são lutadores de MMA, grandes campeões, e eu queria que quando eles assistissem se sentissem representados. Eu mergulhei, foi uma preparação vertical mesmo.

Ele dá um exemplo de um dos pontos que precisou levar em consideração nos treinos:

– A maioria das pessoas, se é ameaçada com um gole, tem o instinto de ir para trás. O lutador vai para frente, ele tem que encarar o soco para buscar o contragolpe, o lugar onde ele pode entrar. Só isso, já foi mais de mês, porque é uma chave que você tem que virar na cabeça. Você vê um cara gigante te dar um soco, você vai para frente com ele? O instinto humano não é esse. O que os lutadores preparam a vida inteira, tive pouquíssimo tempo para preparar. Esses é um exemplo que gosto de dar para mostrar a profundidade. 

Para entregar o melhor resultado possível, o diretor José Alvarenga Jr. e o restante da equipe foi em busca de profissionais especializados e contaram com coreografias criadas por Will Leong, que trabalhou em filmes como Matrix e Independence Day.

– Um desafio era saber fazer uma luta convincente, senão não teria filme. […] Todos os personagens que lutam com ele são lutadores de fato, conta o diretor. 

– Esse processo foi muito intenso e de muita entrega. Temos o time de dublês aqui no Brasil que trabalharam sob a batuta do Will. Ele não é um filme de luta, é um filme que tem lutas muito boas e mostra que a luta verdadeira é a fora do ringue. Fiquei meses treinando a coreografia, completa Mion. 

Em tom descontraído, Mion ainda brinca que o seu físico ficou melhor do que de Stallone, pois também focou no treino dos músculos das pernas. 

– Ninguém imagina o meu cuidado para me machucar e não era nem nas cenas de luta, porque não parei de treinar nenhum momento. Desde que coloquei na minha cabeça que iria honrar o Rocky Balboa, falei: Já que vou fazer isso, tenho que fazer direito. Vou ter um shape igual ou melhor que o Rocky IV. Modéstia parte, acho que está um pouco melhor. Stallone não treinava a perna e eu falei isso com ele. 

Ele ainda diz que fez o melhor para tentar não se machucar durante o processo, pois adotou uma rotina muito intensa de preparação e contou com o apoio de um time profissional para auxilia-lo no desafio. 

– Eu não podia parar de treinar ao longo da filmagem, então teve todo um cuidado da produção com os meus horários. Obviamente, diminuí os ritmos dos treinos, que comecei a treinar quatro vezes por dia nos últimos meses pré-produção. Um treino de aeróbico, um de musculação, um de luta e um aeróbico para fechar o dia. Eu tinha todo o cuidado do mundo em não me machucar ao longo dos meus próprios treinos. Se você está com o corpo no limite, você não vai se machucar na cena de luta, mas travar a coluna quando for pentear o cabelo, fazendo uma coisa nada a ver, que o corpo está extremamente desgastado. Montei um time de profissionais que me acompanharam ao longo de toda a filmagem focados exclusivamente no shape e da preparação do Max Machadada. 

José então revela a curiosidade de que Mion usou dublê apenas em um momento, que é quando seu personagem sofre uma queda durante uma das lutas. 

– Ele só usou dublê em um momento da luta, que é uma queda. Ficamos com medo de ele se machucar. Então só na hora da queda foi dublê, o resto foi o Mion que fez. 

Apesar de ter mostrado profunda dedicação na jornada rumo ao shape perfeito, o ator explica que prefere não detalhar os métodos que usou para ter o resultado, pois quer evitar que pessoas tentem copiar em casa, o que não é recomendado. 

– Eu nem quero falar muito sobre o processo da preparação física, porque não é recomendável. As pessoas tem muito interesse nisso e faço questão de dizer que foi um time e uma preparação focados em um objetivo, não é recomendável, não faça nada. Não falo nada para as pessoas não saírem copiando em casa, mas foi um processo muito doloroso. A gente entrou em um aspecto muito mental e psicológico, que é engraçado. Foi o maior desafio que já passei. 

O intérprete de Max Machadada finaliza relembrando a época em que trabalhava como fisiculturista e conta que nunca antes precisou segurar o físico de palco por tanto tempo, o que representou a maior dificuldade de todo o processo. 

– Já vivi como fisiculturista em tempos distantes, ia para Las Vegas nas feiras. Ninguém sabia da minha carreira como artista, tiraram foto comigo como modelo fisiculturista. Já fiz esse processo algumas vezes, só que eu fazia, ia para a feira, tirava foto, acabava e comia pizza. Tive que manter isso por dois meses, sendo que já estava pronto 20 dias antes de começar a filmagem. Meus amigos fisiculturistas diziam: Não consigo entender como você fez isso, nenhum fisiculturista jamais segurou por dois meses o shape de palco. Foi 100% mental e isso para mim foi a maior dificuldade que trouxe ao personagem.

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