Justiça toma decisão sobre pedido de habeas corpus do influenciador Buzeira
Decisão judicial ressalta fundamentos para manutenção da prisão preventiva
Nesta sexta-feira (27), o Tribunal Regional da 3ª Região rejeitou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, mantido sob custódia desde 14 de outubro em investigação relacionada ao uso de recursos do tráfico de drogas para movimentações financeiras. As informações são do g1.A equipe jurídica sustentou que a detenção seria desmedida e apoiada exclusivamente em diálogos de Whatsapp. O advogado Jonas Reis afirmou que as autoridades concluíram “de forma precipitada e especulativa que tais mensagens poderiam indicar algum envolvimento indireto com organização criminosa, conclusão destituída de respaldo fático ou jurídico”. Segundo o defensor, o influenciador não foi flagrado com entorpecentes ou armamentos, além de possuir antecedentes limpos.A relatora Raecler Baldresca apontou que a custódia está amparada pela necessidade de preservação da ordem pública, destacando a gravidade da conduta investigada. A magistrada também mencionou processos em andamento no âmbito estadual, um relacionado a tráfico de drogas e outro a lavagem de dinheiro e práticas ligadas a jogo de azar.A detenção em outubro decorreu de nova fase da operação Narco Vela, iniciada em abril para examinar envio de drogas ao exterior por meio de embarcações. A etapa atual indicou que o influenciador teria atuado em estrutura voltada a movimentar recursos ilícitos por meio de apostas e criptoativos.A apuração teve início após comunicação da agência norte-americana Drug Enforcement Agency sobre apreensão de três toneladas de cocaína em fevereiro de 2023 dentro de um veleiro brasileiro próximo ao continente africano. Outras cargas foram interceptadas pela Guarda Civil espanhola e pela Marinha francesa em alto-mar.Segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o núcleo central da rede seria comandado por Rodrigo de Paula Morgado, apontado como “operador logístico-financeiro” do grupo. O documento descreve um “banco particular” mantido pelo empresário para concentrar transações expressivas em contas próprias e de terceiros, com movimentações que superaram R$ 313 milhões entre 2019 e 2024, além de operações em criptoativos próximas a R$ 100 milhões.Entre as práticas usadas para dissimular recursos estavam notas fiscais falsas, contratos de “sócio oculto”, criação de holdings e aquisição de empresas para obtenção de licenças de apostas online, incluindo plataformas associadas a Buzeira, como BRX.BET e RICO.BET.
