Kaisho lança clipe de “Preto Fosco” e aprofunda a estética urbana e emocional do EP Em Quadro
Depois de apresentar seu primeiro EP autoral, Em Quadro, Kaisho aprofunda a fase visual do projeto com o lançamento do clipe de “Preto Fosco”, faixa que encerra o disco e resume a virada emocional vivida pelo artista. O vídeo chega após o clipe de “Nada que eu Dissesse”, que inaugura a sequência. Se no EP o músico mergulha em dores íntimas, colapsos silenciosos e reconstruções possíveis, o novo vídeo expande esse universo através de uma estética urbana noturna, melancólica e profundamente sensorial.
Depois de apresentar seu primeiro EP autoral, Em Quadro, Kaisho aprofunda a fase visual do projeto com o lançamento do clipe de “Preto Fosco”, faixa que encerra o disco e resume a virada emocional vivida pelo artista. O vídeo chega após o clipe de “Nada que eu Dissesse”, que inaugura a sequência. Se no EP o músico mergulha em dores íntimas, colapsos silenciosos e reconstruções possíveis, o novo vídeo expande esse universo através de uma estética urbana noturna, melancólica e profundamente sensorial.“Preto Fosco” é a metáfora de um brilho contido, uma intensidade que não grita, mas pulsa por dentro. A canção nasceu no período em que Kaisho reaprendia a criar após enfrentar um burnout. Foi a primeira composição que marcou a retomada, o movimento depois do silêncio, o momento em que a dor começou a virar arte. Por isso, ganhou um clipe que reforça seu papel como divisor de águas dentro do EP.O vídeo se apoia na introspecção em meio ao caos urbano. Ruas molhadas, luzes difusas, texturas de concreto e uma paleta dominada por tons escuros compõem o ambiente onde o protagonista caminha sem destino fixo, mas sempre em frente. “É sobre andar mesmo quando não se sabe exatamente para onde. Sobre seguir vivo”, explica o artista.Filmado em locações da periferia e do centro de São Paulo, o clipe explora a sensação de solidão noturna que atravessa o trabalho de Kaisho, transformando a cidade em espelho de estados emocionais: caótica, silenciosa, pesada e, ao mesmo tempo, estranhamente viva.A estética da produção dialoga com o cinema neo-noir de obras como Drive (Nicolas Winding Refn, 2011) e Blade Runner 2049 (Denis Villeneuve, 2017), além da fotografia urbana de Gregory Crewdson, em que personagens solitários ocupam cenários cotidianos carregados de mistério. Há também ecos do cinema brasileiro contemporâneo, a crueza de Karim Aïnouz e a verdade emocional de Aly Muritiba, que aparecem no olhar documental e na luz fria que atravessa os frames.No clipe, a melancolia sonora da faixa, que mistura R&B alternativo, trap melódico e texturas cinematográficas, encontra sua tradução visual no contraste entre sombra e brilho, quietude e movimento. Cada take funciona como uma “nota visual”, resultado da troca intuitiva entre Kaisho e o diretor de fotografia Guilherme Padilha para criar um ritmo imagético alinhado ao fluxo emocional da música.Depois de quase uma década produzindo com nomes como Nocivo Shomon, Machete Bomb e artistas dos coletivos 1Kilo e La Viela, ele agora assume a própria narrativa, com um som híbrido que mistura rap, trip hop, poesia crua e paisagens emocionais sombrias. “Preto Fosco” é o fim e o começo. É o ponto em que a escuridão vira caminho”, sintetiza Kaisho.
