Leona Cavalli fala de Totalmente Demais em quarentena

A novela Totalmente Demais retornou à grade de programação da Rede Globo, no mesmo horário exibido originalmente, às 19h. Por conta da pandemia do coronavírus, as gravações de Salve-se Quem Puder – e demais folhetins da emissora – precisaram ser canceladas, até que tudo se normalize.

Intérprete de Gilda na trama escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, Leona Cavalli recebeu com alegria a notícia de que o projeto seria reprisado.

“Uma bela surpresa, adorei fazer essa novela. Foi um grande sucesso, falando de temas difíceis, como o drama da filha de minha personagem, que sofria uma tentativa de assédio por parte do padrasto. Mas tratado de forma sensível, profunda e leve ao mesmo tempo”, relembrou ela, em entrevista exclusiva ao OFuxico.

A atriz deu mais detalhes de sua preparação para viver uma mãe que sofria com a desestrutura no lar, por conta do mau-caratismo do marido Dino (Paulo Rocha), que não cansava de perseguir Eliza, protagonizada por Marina Ruy Barbosa.

“Uma das coisas mais marcantes pra mim ocorreu durante a preparação da personagem, quando foi feita uma pesquisa sobre o drama familiar vivido por ela, e o resultado foi que em mais de cinquenta por cento das famílias brasileiras, existem casos de tentativa de assédio. Infelizmente é muito comum. Fiquei absolutamente chocada”, destacou.  

Por tamanha complexidade do tema, a artista nos fez uma revelação:

“Chegamos a temer que houvesse rejeição do público (em relação ao tema). Mas, pelo contrário, foi muito bem aceito pela forma como o texto e a direção conduziram. Recebi muitos e-mails de apoio à personagem”, pontuou Cavalli, que está tendo a oportunidade de rever as cenas com mais calma na quarentena, uma vez que, durante a gravação da novela, geralmente é muito difícil o elenco acompanhar o trabalho:

“Em período de quarentena, fico lembrando-me dos bons momentos que passamos juntos: elenco, direção, equipe, todos gostávamos muito de fazer”, disse.

Quarentena: um momento de reflexão

O mundo vive um período crítico pela proliferação da Covid-19. Para evitar contaminação, foi recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que a população cumpra, na medida do possível, a quarentena.

Anônimos e famosos, como Leona Cavalli, por exemplo, estão em isolamento social de seus lares.

“Tenho ficado em casa, procurado manter uma disciplina de acordar cedo, fazer exercícios (ioga e tai chi chuan), ler livros e peças, e também escrevendo um segundo livro. Estou cozinhando, realizando mais lives, dançado na sala (risos)... coisas que nem sempre davam tempo de fazer. E procurado manter a alegria no coração, cooperando como posso com as pessoas, com a certeza de que tudo faz parte de um momento transitório e de que podemos sair melhores”, descreveu.

Aliás, a atriz aproveitou para fazer uma análise dos desdobramentos da pandemia e quais lições pode-se tirar disso tudo:

“A consciência de que é urgente e vital cooperarmos uns com os outros, sairmos, enquanto sociedade, da perversidade, do egoísmo, da competição a qualquer custo, que destrói tudo em nome do lucro. Preservar a natureza, valorizar a saúde, a educação, a cultura. Ir além das diferenças, do racismo, do preconceito, do ódio a quem pensa diferente. Sermos mais humanos, priorizando o que temos de bom, os afetos, as amizades e os valores verdadeiros”, falou.

Projetos na TV, teatro e cinema

Artista multifacetada, Leona sempre teve uma ligação muito intensa com os palcos, onde tudo começou, em 1993. Em seguida, surgiu a sétima arte em sua vida por meio do filme Um Céu de Estrelas, até estrear o primeiro trabalho na telinha, em uma participação especial no seriado Os Normais, interpretando Sheila do episódio Acima do Normal.

No auge de seus 50 anos, a loira exibe uma silhueta de sucesso. E a plenitude só se completa se ela estiver na labuta, desenvolvendo seus simultâneos projetos, pois nunca se considerou “celebridade” e sim, uma operária de sua arte.  

“[Quando tudo se normalizar] desejo dar continuidade ao que foi adiado: terminar de rodar o filme A Cerca com direção do Rogério Gomes, que estava em suas últimas cenas. Começar a gravar uma minissérie da Fox, que estava em fase de ensaios. Iniciar com tudo o meu próximo espetáculo, o monólogo Elogio da Loucura com direção de Eduardo Figueiredo. Ah, e dar aquele abraço apertado nos meus pais, irmãos e amigos amados”, concluiu, esbanjando serenidade com muita sabedoria.