Ad Júnior comenta sobre Marco Pigossi: ‘Alvoroço para bicha branca’
Recentemente, Marco Pigossi assumiu a sua homossexualidade e afirmou que “se sente invencível” após o feito. Em sua conta no Instagram, Ad Júnior criticou todo o alvoroço que se formou em torno disso.
“O alvoroço que o mundo faz quando uma bicha branca sai do armário principalmente se ela for padrão, nos mostra os estereótipos e as preferências de um mundo euro centrado e focado na branquitude em todos os aspectos. Todo meu respeito ao agora companheiro de estrada Marco Pigossi, mas a culpa desse estardalhaço todo nem é dele. É do sistema! Ao assumir sua sexualidade, o ator vira um símbolo de uma luta que ele nem lutou aqui do nosso lado. Mas as bichas brancas na estrutura de poder em nossa sociedade, tem a capacidade e a possibilidade de pular da porta para a janelinha em cinco segundos! Viram símbolo e daqui a pouco está ganhando prêmios LGBTQIAP em nome da comunidade, tá?”, começou ele.
Em seguida, o influenciador citou uma série da Netflix. “O maior exemplo recente desse fenômeno foi a série ‘Coming Out Colton’ da Netflix em que um ex participante de um reality, all american hero, ou galã, fez um docu-realidade para falar nada além do óbvio! No final você se pergunta: Mas quem produziu e gravou isso? Quando falamos dos últimos gays que foram assassinados nas últimas 24 horas, não estamos falando desses gays aí não, tá? Na estrutura do racismo em nossa sociedade a bicha branca padrão, que é muitas vezes amiga da mulher branca racista, ajuda a manter o sistema enquanto pode lucrar com isso, finge que não é gay, faz a Eduardo Leite e ri dos gays pretos e periféricos sejam mais uma vez invisibilizados nas narrativas. Rodrigo Felha produziu um documentário sobre Lgbtqiap nas periferias, super incrível… zero visibilidade. E esse é um caso dentre outros”.
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Para concluir, Ad afirmou que é preciso ter mais representatividade. “É claro que é importante ouvir a história do Pigossi, mas e as histórias pretas, mulheres trans, homens trans, lésbicas, pcds Lgbtqiaps. Eles podem pular a fila e se sentirem invencíveis… hoje, está fácil hein? É importante lembrar que para as nossas histórias serem contadas na Revista Piauí e outras, a gente tem que morrer primeiro ou passar por experiência de dor ou quase morte para ter drama suficiente para compor na narrativa! As bichas brancas não! A história delas se faz a partir de suas vivências, literalmente vivas! Pense nisso! Em 2022 vamos falar de racismo estrutural e seus tentáculos na sociedade! Quem é quem e quem participa voluntariamente ou não”, finalizou.
Nos comentários da publicação, Marco Pigossi fez questão de responder. “Querido, li seu texto e agradeço por uma colocação tão clara e inteligente. Entendo perfeitamente e rejeito o título de ícone de uma luta que nunca lutei. Espero que a partir de agora eu possa me juntar a luta e assim poder de alguma maneira fazer alguma diferença. Tenho absoluta consciência do lugar de privilégio que falo e que gritar que sou invencível é fácil de onde estou. Me proponho e ofereço minha voz para que todos possam se sentir assim. Um beijo cheio de respeito e admiração daqui”, escreveu.
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ROMANCE ASSUMIDO
Um dos grandes sucessos da dramaturgia nacional, Marco Pigossi apareceu ao lado de Marco Calvani. O diretor italiano e os dois brincaram com legendas divertidas em publicações no Instagram, ambos referindo-se ao Dia de Ação de Graças.
Primeiro, o cineasta escreveu ‘Grato por isso’ ao publicar uma foto ao lado do artista. Em seguida, Pigossi agradeceu, em inglês. Ao compartilhar a postagem no Instagram, o ator ainda reforçou o clique com um coração e usou uma certa ironia para completar a notícia: “Chocando um total de 0 pessoas”.