Advogados de Sean ‘Diddy’ Combs recorrem de condenação a quatro anos de prisão
Defesa do rapper argumenta que relações foram consensuais e contesta condenação por transporte de pessoas para fins de prostituição
Nesta segunda-feira (20), os advogados de Sean “Diddy” Combs apresentaram um recurso no Tribunal Distrital Federal de Nova York para tentar reverter a condenação que impôs quatro anos e dois meses de prisão ao rapper por transporte de pessoas com fins de prostituição. A defesa informou que apresentará em breve documentos mais detalhados com os fundamentos do pedido de revisão. As informações são do The New York Times.O documento inicial, um formulário de duas páginas chamado “aviso de apelação”, foi protocolado no tribunal e encaminhado ao Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Segundo Circuito, onde o caso será analisado por três juízes.Além das acusações ligadas à prostituição, Sean Combs, também conhecido pelos nomes artísticos Puff Daddy e Diddy, enfrentou denúncias de tráfico sexual e conspiração para extorsão. Promotores afirmaram que o músico teria coagido ex-namoradas a participar de encontros sexuais envolvendo drogas e acompanhantes masculinos.Após oito semanas de julgamento, realizado em julho, o júri rejeitou parte das acusações do governo, absolvendo Sean Combs das acusações mais graves, mas confirmando a culpa por duas infrações da Lei Mann, que impede o transporte de pessoas entre estados para fins de prostituição.A equipe jurídica do artista afirmou que a sentença criminalizou práticas sexuais entre adultos de forma consentida e considerou a decisão uma aplicação indevida da Lei Mann, geralmente utilizada contra pessoas que lucram com a prostituição de terceiros.Antes da decisão final, proferida em 3 de outubro, os advogados pediram uma pena de até 14 meses de prisão, o que permitiria a libertação de Sean Combs até o fim de 2025, considerando o tempo já cumprido. Já a promotoria solicitou 11 anos e três meses, alegando que o músico foi “impenitente” e destacando relatos de agressões e intimidações.A defesa também contestou a inclusão, na definição da pena, de provas relacionadas às acusações de tráfico e extorsão, das quais Sean Combs foi absolvido. “O Sr. Combs deve ser condenado pelo que o júri decidiu — transporte interestadual de adultos consentindo em se prostituir”, afirmaram os advogados. “Mas seria ilegal e uma perversão da justiça se o tribunal o sentenciasse como se tivesse sido condenado por tráfico sexual e RICO.”Durante a audiência, o juiz Arun Subramanian afirmou que a lei não impõe limites quanto às informações sobre o histórico e a conduta do réu ao definir a pena.Na ocasião, Sean Combs pediu clemência e declarou: “Se me der outra chance, não vou decepcioná-lo”. No entanto, o juiz criticou o comportamento do rapper em relação às mulheres, afirmando que ele causou danos físicos e emocionais a ex-parceiras. “Uma sentença substancial deve ser dada para enviar uma mensagem de que a exploração e a violência contra mulheres são punidas de forma real”, afirmou Subramanian.Sean Combs foi condenado a 50 meses de prisão e ao pagamento de US$ 500 mil, o valor máximo previsto pela lei. O juiz atendeu ao pedido da defesa para que o artista cumpra a pena em uma unidade próxima à região metropolitana de Nova York e recomendou que ele participe de um programa de reabilitação para dependência química.A decisão sobre o local exato onde Sean Combs cumprirá a pena será tomada pelo Departamento Penitenciário dos Estados Unidos. Atualmente, o músico permanece detido no Centro de Detenção Metropolitano, no Brooklyn.
