Beth Goulart abre o coração e fala sobre perda de Nicette Bruno
Com o Brasil passando a marca de 300 mil mortos por coronavírus, Beth Goulart, que perdeu a mãe, Nicette Bruno, para a doença, fez um desabafo sobre como o momento é difícil.
Em conversa com a coluna de Fábia Oliveira, do jornal O Dia, a atriz foi questionada sobre como vê esse triste número que o país alcançou de vítimas. “Com muita tristeza, indignação e solidariedade, porque eu sei o que essas pessoas, esses familiares passaram. É muito difícil perder uma pessoa amada, ainda mais em uma situação como essa. Ninguém está preparado para perder alguém que se ama e de uma forma tão rápida”, afirmou Beth.
“Existem pessoas morrendo agora em três dias! Famílias dizimadas em três dias. A minha mãe passou 21 dias internada, mas existem pessoas que morrem muito rápido e ninguém se prepara para isso. A minha tristeza é por estar nesse número. A minha indignação é porque não tem sido feito nada para ter uma medida mais eficaz para impedir o avanço da doença e a minha solidariedade é uma compaixão por todos que sofreram o que eu sofri“, desabafou a famosa.
Sobre o momento mais difícil da internação da mãe, a filha de Nicette Bruno e Paulo Goulart relatou: “Todos os momentos são difíceis, porque essa doença não dá folga. Você não pode ficar perto de quem está doente e de quem você ama. É uma sensação de impotência muito grande, ainda mais quando ela vai se agravando e aí vem a necessidade de intubar, porque é um momento de muita tensão e angústia. A pessoa que você ama está ali sozinha e você não pode estender a sua mão e nem pode acompanhar e ajudar aquela pessoa a passar por esse sofrimento. Realmente, você fica impotente“.
Na conversa, a atriz ainda recordou: “No último momento que eu estive com a minha mãe, ela já estava inconsciente, mas eu guardo como se fosse a nossa despedida o momento em que ela voltou do hospital, quando fez os exames. Ela passou na minha casa e nós conversamos. ‘Mãe, você vai voltar logo’ e nos despedimos. Ela não voltou e esse é o momento que eu guardo”.
“Ela estava consciente e pudemos dizer uma para outra o quanto nós nos amávamos. Também disse o quanto a amava quando ela estava inconsciente e por mais que eu tenha dito de várias outras maneiras, não foi a mesma coisa. Para mim, esse último encontro é o que eu guardo”, completou a artista em lágrimas.