Camilla Camargo vive fase intensa entre palco e telas: Me sinto privilegiada

Camilla Camargo vive um momento de novas experiências e escolhas ousadas em sua carreira entre os palcos e as telas. No Teatro Itália, em São Paulo, a atriz interpreta Marina, protagonista do musical Aqui Jazz, e encontra no improviso um terreno novo para se reinventar. Paralelamente, aguarda ansiosa estreia de A Caipora, filme de terror policial ainda inédito.
Em cartaz no espetáculo que mistura teatro e jazz, Camilla se entrega a um processo em que o roteiro é guiado pela música. Exclusivamente ao Fofocas e Famosos, a atriz conta como cada apresentação é única e imprevisível, algo que ela encara como uma forma de liberdade.
– O improviso é de certa maneira libertador porque nos tira da ilusão de ter controle de tudo. Eu entro em cena sabendo que a música vai me conduzir para lugares inesperados e que o público participa desse processo. Dá um friozinho na barriga, mas, ao mesmo tempo, é mágico, porque me lembra que a arte só acontece quando existe vulnerabilidade. O palco se torna um espaço onde eu não posso me esconder, conta.
O sucesso foi tanto que a temporada, limitada inicialmente, precisou ser prolongada. Agora, as sessões acontecem às segundas-feiras, às 20h, reunindo plateias cada vez mais interessadas em acompanhar os dilemas artísticos da personagem Marina.
Mas não é apenas nos palcos que Camilla se reinventa. No cinema, ela se prepara para apresentar Débora, a investigadora de Polícia Civil de A Caipora, longa que mistura suspense policial com elementos do folclore brasileiro.
A personagem, que convive com transtorno de personalidade borderline, trouxe desafios emocionais e uma intensidade rara a sua interpretação:
– Para além dos desafios mais óbvios, a personagem tinha uma camada a mais de profundidade, já que convive com o borderline, que é um transtorno em que intensidade e a sensação de estar sempre limítrofe e à beira do abismo são presentes. E, somado a isso, outro componente totalmente diferente é trazido à narrativa: o elemento sobrenatural, que dá ao filme uma aura ritualística. Filmar em uma aldeia indígena, convivendo diariamente com a comunidade, me fez perceber que não estávamos apenas rodando cenas, estávamos lidando com memórias e crenças, relata Camilla.
No mesmo período, a atriz também gravou Coração Sertanejo, um drama delicado que lida com reencontros e afetos do interior. O contraste entre a leveza do longa e a densidade de A Caipora foi, segundo ela, uma escolha consciente para equilibrar registros artísticos:
– Se faço um filme com mais tensão, como A Caipora, preciso também me permitir algo mais terno, como Coração Sertanejo. Para mim, essas duas pontas são importantes para eu existir como artista. Me sinto privilegiada pela sucessão de trabalhos nos últimos tempos e acabo de ser aprovada para mais um filme que começou a rodar em outubro, esse ainda com detalhes sob sigilo, conclui.