Caprichoso brilha nas duas noites de retomada cultural em Parintins
O Festival Folclórico de Parintins ganhou força nas duas noites protagonizadas pelo Boi Caprichoso e seu projeto de arena “É Tempo de Retomada”. A trupe mostrou com intensidade como cultura amazônica envolve emoção, luta e ancestralidade.
O Festival Folclórico de Parintins ganhou força nas duas noites protagonizadas pelo Boi Caprichoso e seu projeto de arena “É Tempo de Retomada”. A trupe mostrou com intensidade como cultura amazônica envolve emoção, luta e ancestralidade.No primeiro ato, o tema “Amyipaguana, a retomada pelas lutas” destacou a luta dos povos da floresta. Ao som de luzes, alegorias, fantasias e coreografias, o Boi brilhou ao revelar a lenda indígena “Yurupari”, demonstrando sua importância espiritual depois de ter sido demonizada durante a colonização.Marciele Albuquerque encarnou a cunhã‑poranga com graça. Em seguida, o item “Majés, as senhoras da cura” celebrou o conhecimento ancestral feminino. O amo do boi Caetano Medeiros encantou com versos vibrantes, enquanto Patrick Araújo mostrou a força vocal que o consagrou como levantador oficial desde 2021. O apresentador Edmundo Oran uniu narrativa e impacto visual ao discurso final, e o ritual Tupinambá com pajé Erick Beltrão representou a retomada da verdade nativa.O diretor de arena, Edwan Oliveira, celebrou a reação entusiasmada da plateia e considerou a performance um marco de união e arte .No sábado (28/6), a arena virou uma grande kizomba — festa ancestral que celebrou povos indígenas e negros da Amazônia. O tema “Kizomba: retomada pela tradição” focou na representatividade cultural, com alegorias confessionais como os “Marandoeiros e Marandoeiras”, homenageando guardiões da cultura oral.O ápice chegou com a lenda “Sacaca Merandolino”, apresentada por Alex Salvador ao lado da rainha do folclore, Cleise Simas, que encantou a todos. O ritual “Musudi Munduruku” trouxe à tona a luta territorial e a recuperação das urnas funerárias dos antepassados — vítimas das barragens em Teles Pires . O pajé Erick Beltrão restaurou o vínculo sagrado com a ancestralidade.A conselheira de arte Socorro Carvalho proclamou que ver os brincantes confraternizando com leveza e alegria após a apresentação é a síntese do dever cumprido.Em ambas noites, o Boi Caprichoso manteve a energia da busca pelo tetra consecutivo. Os espetáculos transformaram o Bumbódromo num palco de memória viva, onde brilham as lutas, os cuidados, os rituais e as canções da floresta.Cada momento reforçou o compromisso com a cultura amazônica e mostrou o poder de renovação do folguedo. As atuações artísticas, os rituais espirituais e a ancestralidade combinaram emoção e mensagem para celebrar seus povos. A expectativa agora envolve as próximas noites, com a certeza de que o padrão se manteve elevado e vibrante.Infelizmente OFuxico não foi convidado pelos organizadores para cobrir o Festiva de Parintins. Gostaríamos de trazer muito mais informações para nossos leitores, como fizemos no .
