Carolina Dieckmann chega ao Brasil após overdose de amor e amizade por Preta Gil

Carolina Dieckmann desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta segunda-feira, 21 de julho, visivelmente abalada após passar quatro dias ao lado de Preta Gil, sua amiga de décadas.

Carolina Dieckmann desembarca em Guarulhos

Carolina Dieckmann desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta segunda-feira, 21 de julho, visivelmente abalada após passar quatro dias ao lado de Preta Gil, sua amiga de décadas.Preta faleceu aos 50 anos, após lutar contra um câncer que mobilizou fãs, artistas e admiradores anônimos. A atriz, no entanto, não trouxe de Nova York apenas a dor da ausência, mas também uma reflexão comovente sobre afeto, entrega e, acima de tudo, respeito.No Instagram, escreveu com o coração ainda aberto: “Eu não sei o que dizer… Tô sozinha no aeroporto, indo embora sem você.” O desabafo traduz um amor que transcende qualquer lógica. Nos dias que antecederam a morte de Preta, Carolina não saiu de perto. Cuidou. Acompanhou. Tocou. Em silêncio e com verdade. “Te fazer carinho – incessantemente – esses últimos 4 dias, estar tão perto, com você… Foi o maior presente do mundo.”Há algo de raro quando alguém escolhe viver o adeus dessa forma. E mais raro ainda quando o faz publicamente sem soar artificial. Carolina não escreveu para comover, mas comoveu. Porque foi sincera.É natural que nem todos compreendam o tamanho de uma amizade como a delas. Muitos ainda tentam enquadrar sentimentos em categorias. Mas Carolina e Preta nunca precisaram de rótulos.“A amizade em uma imagem… Você vê duas pessoas, mas, na verdade, é uma casa e eu moro aqui”, escreveu a atriz em um texto anterior, no Dia do Amigo. Em tempos de conexões frágeis, elas foram abrigo uma para a outra.Talvez por isso, tantos tenham dificuldade em aceitar vínculos tão profundos sem tentar reduzi-los. Existe um desconforto social com aquilo que desafia normas e padrões antigos. Entretanto, a história das duas deixa um convite: não é necessário entender. É necessário, sim, respeitar.Carolina Dieckmann viveu esses últimos dias como quem honra um elo sagrado. Não se afastou da dor, tampouco tentou suavizar a tragédia. Olhou nos olhos da finitude. Tocou a pele da despedida. E ali ficou. Amor não se mede, mas se reconhece. E a força dessa amizade ecoou, não por causa das palavras, mas por tudo que se revelou no gesto de estar presente.Ao fim da mensagem, Carolina Dieckmann deixou um pedido: “Digam eu te amo a quem vocês amam… Essa é a lição. Esse é o legado.” Não há como ignorar a simplicidade desse apelo. Em uma era marcada por pressa, distração e vínculos rasos, dizer “eu te amo” virou quase um ato de resistência.Mas há outra camada nisso tudo. O texto dela revela que não basta amar. É preciso demonstrar, cuidar, estar. E nem sempre isso será compreendido por todos. Para alguns, demonstrações públicas de afeto ainda incomodam. Especialmente quando fogem aos modelos tradicionais.Carolina e Preta, no entanto, nunca se submeteram a esses moldes. Preferiram viver com intensidade, mesmo sabendo que o tempo poderia ser curto. E foi. Mas a intensidade com que se amaram — e se acolheram — permanece.E isso deveria servir de inspiração. Ainda que alguns não estejam preparados para o novo, ninguém está impedido de ao menos tentar entender. E acima de tudo, respeitar. A dor alheia, o afeto profundo, a escolha de viver com intensidade. Porque, como disse Carolina, “vou morrer de saudade; mas vou viver com você aqui, dentro”.

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