Com Thelminha, Mocidade conta sobre a origem dos amuletos

Os amuletos fazem parte da cultura popular brasileira há séculos. Do terço na carteira ao patuá no pescoço, muitas pessoas acreditam na proteção desses objetos, independentemente da religião que seguem. Essa relação tão forte com itens de devoção inspirou o enredo da Mocidade Alegre para o Carnaval de 2025.

Thelminha na Mocidade Alegre - Foto_ Leo Franco

Os amuletos fazem parte da cultura popular brasileira há séculos. Do terço na carteira ao patuá no pescoço, muitas pessoas acreditam na proteção desses objetos, independentemente da religião que seguem. Essa relação tão forte com itens de devoção inspirou o enredo da Mocidade Alegre para o Carnaval de 2025.O carnavalesco Caio Araújo revelou os detalhes do tema “Quem não pode com mandinga não carrega patuá” e como a bolsa de mandinga se tornou o ponto central da narrativa.O enredo parte de um objeto específico, a bolsa de mandinga, para contar como os brasileiros desenvolveram essa relação tão particular com seus amuletos. Caio Araújo explicou que a história abordada na avenida não apenas mostra a existência desses itens, mas também como eles são parte fundamental da identidade cultural do país.“Quando começaram as conversas para o enredo de 2025, eu estava começando a trabalhar com mandinga, fio condutor da narrativa. Eram bolsas de couro que os malês usavam penduradas no pescoço e dentro delas continham escritos do Alcorão”, explicou o carnavalesco.Esse objeto ancestral evoluiu ao longo do tempo, originando o patuá brasileiro, um dos símbolos mais populares do sincretismo religioso. Para muitos, carregar um terço na bolsa não significa necessariamente rezar o rosário, mas sentir-se protegido contra qualquer perigo. Essa tradição veio dos povos africanos, principalmente aqueles de tradição islâmica, que foram trazidos ao Brasil durante o período colonial.Para definir o tema do desfile, dessa forma, Caio Araújo e o enredista Leonardo Antan uniram diferentes propostas. Durante as pesquisas, entretanto, a bolsa de mandinga se destacou como elemento essencial. Porém, a escola corre atrás do terceiro tricampeonato. Daí veio também a ideia de fazer um aceno para o último trica, que era o enredo sobre a fé.       A narrativa do desfile foi dividida em cinco setores, abordando desse modo desde o surgimento da bolsa de mandinga até sua transformação dentro das culturas africanas e brasileiras. O desfile também destacará como Salvador se tornou acima de tudo um centro do sincretismo religioso, onde diferentes crenças convivem e compartilham seus objetos sagrados.A modernidade, entretanto, permitiu que manifestações religiosas fossem expressas com mais liberdade, fortalecendo a cultura das escolas de samba.Os melhores momentos do BBB 25 você encontra no .Um exemplo disso é a presidente da Mocidade Alegre, Solange Cruz, que sempre carrega diversos terços durante a apuração, um momento de fé, sobretudo de esperança para a comunidade.Composição: Aquiles Da Vila / Fabiano Sorriso / Marcos Vinícius / Marcio André / Salgado Luz / Daniel Goulart / André Aleixo / Fabian Juarez / Leandro Flecha / Tomageski / Beto Colorado / Chico MaiaFirma o batuque, ecoa um canto de fé!Mocidade é negritude, axé!É corpo que arrepiaA força a nos guiarQuem não pode com a Morada, não carrega patuáÉ coisa de preto!Mistério e magiaHerança do legado ancestralAbrigo de cada oraçãoSinônimo de proteçãoMacumba trazida no peitoFeitiço nas mãosEm Mali o povo eternizouRosário trouxe opelê-ifáA chama não se apagou e reexistirá!Na vida, é preciso acreditarO gingado atrevido exala da corTem mandinga nas ruas de São SalvadorOs balangandãs, pra enfeitar, abençoarChega de esconder!Não vamos aceitarA face da cruel ignorânciaGira baiana, evoca os ancestraisDerrota a intolerância!Nossa família, imenso cordãoEnfim, chegou a horaFé, na terça, o terço na mãoÉ, o dia da consagraçãoDez! Mais uma estrela no pavilhão

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