É padre ou não? Entenda a polêmica envolvendo Padre Kelmon
Padre Kelmon é ou não padre? É isso que muita gente anda questionando, após o candidato do PTB à presidência da República participar do debate da TV Globo, nesta quinta-feira (29/9). Durante o programa, o político foi chamado de “padre de festa junina” por Soraya Thronicke (União Brasil), que perguntou se ele teria “medo de ir para o inferno” após não dar “extrema-unção” a alguma da crise sanitária que atingiu o país entre 2022 e 2022.
Padre Kelmon rebateu Soraya Thronicke. “A senhora desrespeita por não saber o valor de um sacerdote. É aquele homem que se dedica à vida do pobre e serve no altar a Jesus Cristo. O povo brasileiro sabe disso, mas a senhora desconhece. Sabemos da importância do zelo pelo ser humano, onde a verdade é primordial. É preciso valorizar e respeitar as pessoas que estão neste país ajudando a construí-lo”.
Bom, a Igreja Ortodoxa já havia publicado uma nota no dia 14 de setembro, onde diz que Kelmon Luís da Silva Souza, que se autodenomina padre, não é membro da congregação. O texto é assinado por Dom Tito Paulo George Hanna, arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil.
“Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidadãos têm questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB que se autodenomina como Padre Kelmon, utilizando insígnias de nossa tradição, sobre a veracidade de seu vínculo à nossa Igreja”.
“Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas também gozando da mesma liberdade de pensamento, consciência e religião prevista no 18º artigo da Declaração dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, o referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais”.
Ainda segundo o documento, Kelmon nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos três graus da ordem, quer no Brasil ou em outro país.
Kelmon se apresenta como sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil, aparecendo em peças de campanha com vestimentas tradicionais da igreja. Tanto no debate do SBT, do último sábado (24/9), quanto no da Globo, nesta quinta-feira (29/9), ele usou os trajes.
O presidenciável concorria como vice de Roberto Jefferson (PTB), mas obteve a cadeira de líder da chapa depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura do ex-deputado.