Em cartaz com Ana Lívia, Vera Zimmermann reflete sobre o significado do teatro: Lugar sagrado
Até o próximo dia 26 de janeiro, o público tem mais uma chance de assistir gratuitamente no Centro Cultural São Paulo, à intensa e provocadora tragicomédia Ana Lívia. Com direção de Daniela Thomas e estrelada pelas talentosas Bete Coelho e Vera Zimmermann, a peça promete ser uma verdadeira celebração ao poder do teatro.
Com apenas quatro apresentações, a peça chega como um convite para refletir sobre o universo teatral e a relação intrínseca entre as atrizes e seus personagens. Nessa história, seguimos Ana tentando revelar algo assustador, enquanto Lívia faz de tudo para impedir que ela se abra. Lívia prefere falar sobre uma nova produção teatral, mas ambas estão imersas em suas próprias angústias, incertezas e receios. Cada uma depende da outra, mas ao mesmo tempo está isolada em sua própria dor. O passado, o teatro, os papéis que desempenharam e continuam a desempenhar na vida uma da outra, e o futuro incerto que ambas enfrentam, estão entrelaçados nesse cenário.
Em entrevista exclusiva para o Fofocas e Famosos, Vera Zimmermann compartilhou sua visão sobre o desafio de interpretar Lívia, uma mulher complexa que, ao lado de Ana, cria uma relação marcada por desafios:
Existe uma incomunicabilidade entre as duas. Uma disputa constante e algumas provocações, mas uma não existe sem a outra; e sim, há uma co-dependência, revela a atriz.
A dinâmica entre as personagens é uma das grandes forças da montagem, com interpretações que se entrelaçam, desafiando e complementando-se a cada cena. Vera fala também sobre o impacto do texto de Galindo, – tradutor do livro Ulysses de James Joyce, do qual, inspira a montagem – , destacando a riqueza e profundidade que ele proporciona a elas.
Na perspectiva trazida por Zimmerman, o teatro é um espaço que ela percebeu que pertence desde a primeira vez que esteve em um palco.
Ser convidada para entrar nessa peça tão genial, com um texto primoroso de Caetano Galindo, contracenando com Bete Coelho, já é uma celebração. O teatro para mim é um lugar sagrado. Desde a primeira vez em que estive nele, percebi que seria para sempre.
E mesmo em apresentações seguidas, manter a intensidade emocional é essencial e ela afirma:
Sempre que estou num palco, tenho que estar cem por cento ali e nada me tira dali. O que estamos fazendo é de verdade. Se você mantiver essa conexão, o público embarca e você voa.
Vera Zimmermann está ansiosa para o que está por vir, incluindo a temporada do espetáculo solo Diadorim, no Rio de Janeiro.
Projetos para 2025 não faltam, mas só costumo falar depois que tudo já estiver assinado. E em relação às telas, convites serão bem vindos. Vontade não me falta de voltar!