Epstein-Barr: O que é e o que pode causar o vírus descoberto por Anitta

Antta, de óculos e blusa preta de gola alta

Como OFuxico já noticiou, na tarde de sábado, 3 de dezembro, Anitta e Ludmila Dayer realizaram a divulgação do documentário “Eu”, longa-metragem autobiográfico de Dayer que aborda o diagnóstico de esclerose múltipla, doença da qual a atriz recebeu diagnóstico em 2021 e sobre suas lutas contra as crises de ansiedade e pânico. O filme conta com a produção assinada pela cantora.

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Durante o evento, Anitta revelou que recebeu o diagnóstico do vírus Foi aí que Anitta acabou revelando um diagnóstico recebido há dois anos, quando descobriu ser portadora do vírus Epstein–Barr, que pode ser o desengate para uma esclerose múltipla, que é uma doença inflamatória crônica rara, onde o sistema imunológico destrói a cobertura protetora dos nervos, comprometendo a função do sistema nervoso.

O VÍRUS EPSTEIN-BARR

Mas o que vem a ser esse vírus com nome tão estranho? O Epistein-Barr é, nada mais, nada menos que uma mononucleose infecciosa transmitida pela saliva. Isso significa também a Doença do Beijo, mas não necessariamente somente beijos transmitem o tal vírus. Compartilhar escova de dente, copos, talheres junto a alguém já infectado pode fazer o vírus se disseminar.

Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas mais afetadas pela doença têm idades entre 15 a 25 anos, dando ênfase à contaminação maior acontecendo em época de Carnaval e com pessoas que moram em grandes cidades. E cerca de 90% das pessoas possuem o mesmo.

O CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, revelou que o período d etransmissão é de mais de um ano e que o vírus se torna inativo no ser humano após a infecção, podendo ter casos de reativação do mesmo depois do período da transmissão.

A relação entre o vírus e a esclerose múltipla ainda é uma incógnita, tendo como evidência, até agora, o estudo realizado por cientistas da Universidade Harvard, nos EUA. A pesquisa está publicada no Science.

LIGAÇÃO COM OUTRAS DOENÇAS

A pesquisa de Harvard revela que o vírus tem seu papel no desenvolvimento da esclerose múltipla, porém, não são todas as pessoas infectadas que chegam a desenvolver a doença. Acompanhando milhões de jovens adultos do exército americano, num período de 20 anos. A pesquisa apontou que 955 foram diagnosticados com esclerose múltiplae num segundo estudo, os infectados pelo Epstein-Barr teve um risco 32 vezes maior de ter a doença do sistema nervoso.

Segundo os estudos, os sintomas da doença começaram a aparecer 10 anos depois das pessoas serem infectadas. Mas o vírus pode ser a porta de entrada de outras doenças, como sete doenças autoimunes em pessoas com predisposição genética: lúpus, artrite reumatoide, artrite idiopática juvenil, doença inflamatória intestinal, doença celíaca e diabetes tipo 1.

TER SEM SABER

Ainda segundo o Ministério, muitas pessoas não tem sintoma algum de que algo está errado no organismo, sem identificação alguma. Tudo por conta da similaridade das doenças respiratórias com o Ebstein-Barr.

SINTOMAS MAIS COMUNS

Quem contrai o Ebstein-Barr podem ter sintomas semelhantes aos respiratórios. Pode ocorrer febre alta, dor quando engole, amigdalite, dor nas articulações, tosse, inchaço no pescoço, inchaço no fígado, irritação na pele e fadiga.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

OFuxico bateu um papo com o neurocirugião Dr. Renato Andrade Chaves para tirar todas as dúvidas acerca da esclerose múltipla. Confira a entrevista:

OFuxico: O que é esclerose múltipla?

Dr. Renato: A esclerose é uma doença degenerativa crônica inflamatória, que afeta todas as áreas do organismo. Esta doença faz com que o sistema imunológico cause agressão aos neurônios e afete o funcionamento dessas células, muito importantes para o corpo humano.

OFuxico: Existe uma cura?

Dr. Renato: Esta doença não tem cura, mas existe tratamento. Nos últimos anos, o tratamento para retardar o processo inflamatório evoluiu bastante. Isso proporciona melhor qualidade de vida ao paciente com esclerose.

OFuxico: Quais os tratamentos?

Dr. Renato: Atualmente, nos casos mais amenos, o tratamento é medicamentoso. Nos casos mais graves, durante surtos, existe a pulsoterapia, que é a administração de altas doses de medicamentos, por curto períodos de tempo, com corticoides sintéticos. Também é recomendado o uso da plasmaférese, um procedimento que limpa o sangue e exclui células autoimunes, que destroem a mielina.

OFuxico: Quais os primeiros sintomas geralmente?

Dr. Renato: Existem diversos sintomas diferentes, que variam de paciente para paciente. No início, alguns deles aparecem e desaparecem naturalmente. Entre eles estão: visão turva, dificuldade em controlar a urina, perda de força muscular, fraqueza, falta de equilíbrio, formigamento nas extremidades do corpo, dificuldades cognitivas, fala anasalada, tontura etc.

OFuxico: Existe uma certa pré disposição para ter esclerose?

Dr. Renato: Existe maior pré disposição para esclerose múltipla, em mulheres. Na maioria das vezes os pacientes são brancos, de etnias dos países com temperatura temperada. No Brasil, de acordo com estatísticas da Organização Mundial da Saúde, a OMS, e Federação Internacional de Esclerose Múltipla, cerca de 40.000 pacientes sofrem de esclerose múltipla.

OFuxico: Da para conviver “em paz” com a esclerose?

Dr. Renato: Quanto a esclerose está controlada, com o tratamento correto e acompanhamento médico, de acordo com cada paciente, o paciente pode ter uma vida normal e de qualidade.

OFuxico: Como descobrir cedo?

Dr. Renato: É muito importante prestarmos atenção nos primeiros sintomas citados, pois como os mesmos desaparecem, da mesma forma como aparecem, se tornam imperceptíveis. Às vezes, o paciente ou a família ignora os primeiros sinais.

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