Fernanda Nobre dá detalhes sobre experiência de relacionamento aberto com o marido
Aos 37 anos, a atriz Fernanda Nobre vive um relacionamento aberto com o marido, o diretor José Roberto Jardim. Em recente bate-papo com a jornalista Renata Ceribelli, do podcast Prazer, Renata, a atriz deu detalhes sobre a experiência e explicou que o feminismo ajudou a despertar nela esse novo formado de vida.
“O meu caminho foi um caminho mais político e filosófico. Eu comecei a estudar o feminismo um pouco tarde, faz uns cinco anos. Mulheres me despertaram para isso. Eu sempre vivi de forma muito patriarcal, muito machista e reproduzindo o machismo, né… E aceitando isso sem questionar. Quando eu comecei a despertar para o feminismo, estudar a história da evolução da mulher na humanidade, eu comecei a entender como a gente não tem escolhas. A gente vai repetindo padrões de forma compulsória. E aí, a monogamia, assim como a maternidade, assim como a heterossexualidade, assim como várias outras coisas, elas são repetidas sem a gente questionar”, destacou.
A artista ainda citou algumas questões que marcaram muitos anos da sua vida: “Sempre fui uma mulher muito insegura. Nunca sofri muitos traumas por traição não, mas eu sempre fui muito insegura. Tinha muito medo de ser colocada como trouxa, de levar uma pernada de um namorado… Sempre aquele assombro”, explicou.
Após a decisão de ter uma relação livre, Fernanda afirmou que vive um exercício diário de lealdade, que, para ela, é completamente distante de fidelidade:
“Foi uma libertação, que não foi fácil e não é fácil, porque eu fui construída dentro dessa sociedade. Então, eu quebrar esse padrão dentro de mim, ainda mais um padrão super arraigado, é super difícil, mas é um exercício. Assim como é um exercício não competir com uma mulher… Tudo é um exercício. E isso passou a ser. E aí eu passei a conversar com o meu parceiro, que é um cara muito aberto, é um intelectual. Somos artistas… A gente busca nos transformar e fazer das nossas vidas uma expressão artística também e uma busca política. Então, eu comecei a exercitar isso já faz uns três anos…”.
Apesar disso, ela afirmou que sua rotina não é uma festa: “No meu caso não é poligâmico, é só fora da hipocrisia. Então, eu posso me interessar por alguém… A minha vida não é uma festa, eu não vivo saindo com várias pessoas. Mas, eu não finjo que isso não vai acontecer. Eu lido com o fato de que a fidelidade não existe. Então, eu lido na realidade com a lealdade na relação. Uma pessoa que vive assim não é mais moderna, não é mais livre do que uma mulher que vive num relacionamento monogâmico”.
A musa também comentou que recebe poucas críticas, que, na maioria das vezes, parte de homens. “Sabe o que ouço muito de crítica… Eu até recebo pouca crítica, mas quando eu recebo é de homem falando que o meu marido é muito esperto. Que ele aceitou isso só para viver coisas fora. Aí, o que eu acho é o quanto isso diz sobre o preconceito com a sexualidade da mulher, né. Porque ninguém pensou que eu também estou vivendo, que também foi uma escolha minha”, concluiu.