Filha de Paulo Cupertino revela que pai a manteve presa por oito meses após descobrir namoro
A filha de Paulo Cupertino disse em depoimento ao júri que o pai a prendeu dentro de casa por oito meses após descobrir que ela estava namorando Rafael Miguel. O G1 teve acesso ao vídeo gravado pela Justiça no julgamento que aconteceu no dia 10 de outubro e foi anulado após o réu destituir o advogado de defesa. Cupertino é acusado de ter matado o ator e os pais do jovem, João Miguel e Miriam, em 2019 com 13 tiros.
Vanessa, mãe de Isabela Tibcherani, também depôs como testemunha do caso. As duas relataram que Paulo era violento e as agredia. Além disso, ele andava armado, teria passado a bater mais em Isabela após saber que ela estava vivendo um romance chegou a manter a filha em cárcere.
– [Fiquei presa por] oito meses, sem contato, sem celular, sem convívio com outras pessoas, só dentro de casa, disse Isabela.
Sem conseguir se encontrar com o ator, ela teria começado a usar o telefone da mãe para se comunicar com ele, até que finalmente decidiram marcar um dia para se verem. Foi quando os pais de Rafael Miguel decidiram levá-la de volta para sua casa que o crime aconteceu. Isabela relembra:
– A mãe do Rafael, quando viu meu pai, ela falou: Você que é o pai de Isabela? [Ele respondeu] Não, eu sou a mãe. Me puxou para dentro e fechou o portão de maneira agressiva. Mas aí veio o Rafael, falou: Não, vamos conversar. Segurou o portão […] Eu já estava dentro de casa […] E eu ouvi meu pai dizendo: Conversar, nada. E a partir daí eu só ouvi os disparos. Foram muitos disparos. Eu agachei no chão. Com as mãos no ouvido, gritava muito. Falava: Não, não, não […] E quando os disparos terminaram, eu saí e me deparei com a cena, que era o corpo do Rafa em cima do corpo da mãe dele, que estava perto da guia […], que estava perto do carro, e o corpo do pai do Rafael estava no meio da rua […] Eles não tiveram tempo de muita coisa.
Ao depor, Vanessa chamou o ex-marido de mitomaníaco e demonstrou indignação por Cupertino negar ter cometido o crime:
– É muito estranho uma pessoa negar veementemente, veementemente, ser tão…. ah, eu tenho a palavra: mitomaníaco. Ao ponto de falar e afirmar com tanta firmeza de que não cometeu um crime quando, na porta da casa onde o corpo do Rafael tava, com um tiro na cabeça e vários outros pelo corpo, dona Miriam na calçada… Seu João Alcisio rolando pela rua… e o estabelecimento colado parede com parede… Uma câmera aqui, outra aqui. Desculpa, cara, é produção de prova contra si próprio.
Isabela também revela os comentários que ouvia do pai:
– Ele falava em brincadeiras e conversas paralelas com pessoas conhecidas: Você só vai namorar depois dos 30, se eu deixar.