Influenciadores movimentaram R$ 40 milhões com promoção de cassinos online ilegais
Operação Desfortuna revela esquema de R$ 40 milhões promovendo cassinos online ilegais; CPI das Bets reforça alerta sobre segurança e importância de plataformas legalizadas.
A Operação Desfortuna, conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, revelou um esquema milionário de promoção de cassinos online ilegais envolvendo influenciadores digitais. De acordo com relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), o grupo movimentou cerca de R$ 40 milhões em dois anos por meio da divulgação de plataformas não autorizadas. Quando considerada toda a estrutura criminosa — que incluía donos de sites e operadores financeiros —, o montante pode chegar a R$ 4 bilhões entre 2022 e 2024.As investigações apontam que os influenciadores promoviam jogos como o “Jogo do Tigrinho”, fazendo promessas de ganhos fáceis para atrair seguidores às plataformas. Esses sites de cassino online atuavam sem regulamentação no país, o que caracteriza crime de exploração de jogos de azar. A polícia também identificou sinais de enriquecimento incompatível com a renda declarada por alguns dos investigados, que exibiam estilos de vida luxuosos nas redes sociais.O tema de influenciadores e cassinos online foi reacendido com a operação, após ganhar destaque nacional com a CPI das Bets, que analisou o papel de celebridades na divulgação de apostas sem licença. Entre os nomes citados estão Carlinhos Maia, Virgínia Fonseca, Gkay e Gusttavo Lima, convocados para esclarecer contratos de publicidade com empresas investigadas. A comissão reforçou que a promoção de cassinos online não legalizados expõe o público a riscos financeiros e de segurança digital.A Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) cumpriu 31 mandados de busca e apreensão, sendo 23 no Rio de Janeiro. Entre os alvos estavam os influenciadores Nayara Silva Mendes, as gêmeas Paola e Paulina de Ataíde, Bia Miranda e Bruno Buarque. Durante a operação, foram apreendidos veículos de luxo, como uma Land Rover Defender e um Jeep branco, além de documentos que podem comprovar a ligação com os cassinos virtuais.Especialistas em regulação alertam que a escolha de plataformas legalizadas é fundamental para garantir a segurança dos apostadores. Sites devidamente registrados junto ao Ministério da Fazenda oferecem mecanismos de proteção de dados, rastreabilidade financeira e medidas de jogo responsável. Além disso, evitam práticas ilícitas como lavagem de dinheiro e manipulação de resultados, comuns em operações ilegais.Um levantamento recente de um grande cassino online sobre o Perfil do Apostador Brasileiro reforça dados importantes nas prioridades dos usuários ao escolher uma bet legalizada. O estudo revelou que 72% dos apostadores jogam por diversão, enquanto 38% utilizam as apostas como complemento de renda, comportamento que pode indicar risco de dependência financeira e é desencorajado pelos cassinos legalizados e o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR).
