Jade Picon, Jojo Toddynho e Isadora Cruz estampam capa de revista
A segunda edição impressa do ano da revista Glamour Brasil chega às bancas na próxima quinta-feira, 15 de setembro. As capas são estreladas pelas atrizes e e pela cantora . Com suas carreiras em ascensão, as três entrevistadas contam detalhes sobre a vida profissional, sonhos e muito mais. Jade Picon fala sobre o processo para estrear como atriz, críticas e fama na juventude; Jojo Toddynho responde sobre padrões estéticos e seu lançamento no pagode; e Isadora Cruz, que estrela sua primeira capa, aborda sobre o preconceito com o sotaque e as raízes nordestinas, além de sua estreia como protagonista em “Mar do Sertão”.
Confira trechos das entrevistas:
JADE PICON
Glamour: O convite para a novela veio na esteira desta abertura a qual se permitiu. Já era um sonho ser atriz? Como lidou com a repercussão negativa inicial?
Jade Picon: Sempre foi. Depois que saí do reality show, veio o teste de elenco. Eu não tinha nenhuma experiência, mas sempre fui uma pessoa extremamente dedicada, empenhada e focada. Pedi algumas semanas para me preparar, estudei, fiz o teste e passei! Foi aí que decidi interromper a minha vida de antes para me dedicar a isso: pausei a minha marca, me mudei para o Rio de Janeiro. Desde o anúncio, lidei com o retorno negativo da mesma forma pela qual recebi os comentários sobre minha aparência quando tinha 14 anos. Ou quando lancei a minha marca aos 17. Ou quando eu entrei no BBB aos 20. Eu já estou acostumada, um pouco calejada, sabe? Eu me prometi que jamais deixaria de fazer algo por conta da opinião alheia. É claro que não é legal, mas não é algo que me faça desistir de um sonho.
Glamour: O foco também é base para seus relacionamentos?
Jade Picon: Sou mais fechada mesmo. No BBB, falavam que ficava em cima do muro, mas na minha vida eu sou assim com pessoas — eu me fecho para observar e avaliar de quem eu quero me aproximar ou não. É algo que eu faço desde pequena e me faz bem. É muito importante saber quem é que está do seu lado, com quem você pode contar. No início, eu sou mais reservada porque, para mim, é uma forma de me proteger. Mas, depois que eu me abro, esquece…
JOJO TODDYNHO
Glamour: Já teve muitos dias ruins? Como lida com a autoestima?
Jojo Toddynho: Em vários momentos difíceis que tive, estávamos só eu e Deus. Sobre me aceitar ou não, nunca tive muito disso, sempre me achei. Sou autossuficiente desde pequena, entendi bem cedo que era eu por mim.
Glamour: Como enxerga sua posição como inspiração para outras mulheres?
Jojo Toddynho: Sinto que contrario as estatísticas. Holofote não pode brilhar só para mulher padrão, acho que estamos chegando a uma retratação, pegando um lugar de direito. Meritocracia não existe para nós, pretos. Não temos nem o básico para chegar onde queremos. Por que só vemos pessoas brancas? Tem que ter Cris Vianna, Taís Araujo e Zezé Motta, tem que ter atrizes negras sem ser no papel de empregada, mas de donas da p*@!# toda. Acham que preto não tem capacidade. Também estudo muito para conseguir falar da minha história. Meu sonho é fazer faculdade, psicologia e depois direito. Faço aula de letramento racial para falar com mais propriedade. Aprendizado ninguém tira da gente.
ISADORA CRUZ
Glamour: Antes de voltar ao Brasil, morou e atuou nos Estados Unidos. Qual foi sua maior dificuldade enquanto atriz brasileira no exterior?
Isadora Cruz: Encaixar-me no jeito direto e mais frio das pessoas. Lá, me formei em teatro e psicologia e atuei em dois filmes. O choque foi maior quando me mudei para Los Angeles porque, antes disso, quando vivi em Miami, ainda estava em contato com muitos latinos e brasileiros. Ao mesmo tempo que isso é uma dificuldade, também é uma força, porque trazemos uma energia calorosa que é nova para eles. Foi por isso que continuei a morar lá, porque senti que o mercado está se abrindo para nacionalidades diferentes e para essa pluralidade de sotaques e misturas. Acho também que isso é um reflexo do público: se o nosso mundo é muito plural e diverso, por que a arte não pode refletir isso de maneira realista?
Glamour: Já sentiu tal bloqueio por conta de preconceito?
Isadora Cruz: Como mulher nordestina, sempre ouvi que as pessoas não tinham muito interesse em contar as nossas histórias. Não acho isso justo. Temos tantos artistas que merecem ser vistos, tantas histórias lindas para ser contadas nas nossas vozes, com a nossa alma. Quando comecei, não tinha esse espelho. O Brasil é plural, e não dar valor a essa qualidade é não enxergar a realidade.
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