Johnny Massaro fala de seu papel em O Pastor e O Guerrilheiro
Prestes a estrear nos cinemas com seu mais novo trabalho, Johnny Massaro falou com o Fofocas e Famosos sobre sua carreira. O ator que está em O Pastor e O Guerrilheiro, contou um pouco sobre como foi sua preparação para viver João, um ativista político em meio ao golpe militar no Brasil.
– Foi superintensa, envolveu dias de sala de ensaio, conversas e pesquisa. Consigo pontuar três momentos mais significativos: uma conversa por telefone com o José Genoino, que participou da Guerrilha; a noite em que Ana Hartmann e eu dormimos na casa de barro que era a locação do acampamento dos guerrilheiros, na floresta amazônica; e o processo de emagrecimento intenso que passei por conta da personagem. Só desejava que nosso trabalho honrasse a existência daqueles que sofreram – ou perderam suas vidas – por ação da ditadura militar. Não há o que negar: aconteceu.
O tempo de gravação para o filme foi de três meses, juntando preparação e a filmagem, segundo Johnny. Para o ator, conhecido por Filhos da Pátria e Verdades Secretas 2, relembrar e ter que interpretar os terrores do período histórico foi o mais complicado:
– O mais desafiador foram as cenas na prisão. Simular aquele horror envolveu desprendimento e extremo respeito porque, repito, muita coisa foi destruída pela ditadura.
Em meio a um papel tão denso, Massaro viveu um momento único em sua vida. Durante as gravações, ele comemorou seu aniversário de 28 anos de idade na floresta:
– Lembro que foi muito especial passar meu aniversário de 28 anos de idade filmando na floresta. Era uma diária em que eu era o único ator, então foi bastante simbólico. Nunca perco de vista que trabalhar com o que se gosta é um privilégio, um presente.
Ficou curioso com o filme? O longa O Pastor e O Guerrilheiro estreou nas telonas de todo o Brasil nesta quinta-feira, dia 13. E além de Johnny tem no elenco nomes como Julia Dalavia, César Mello, Túlio Starling, Ana Hartmann e mais.
Estreia como diretor
O artista está com mais de um lançamento em vista, o longa-metragem A Cozinha, que traz Johnny como ator e diretor. Este filme é o primeiro trabalho de direção dele.
– Eu me formei em cinema e dirigi três curtas metragens antes de me aventurar em uma metragem longa. E fez muito sentido ser com A Cozinha porque o filme é a adaptação de um texto do Felipe Haiut que aconteceu como peça de teatro na cozinha da minha casa. Eu não puder fazer como ator porque fui fazer Deus Salve o Rei, mas a vida é tão louca que acabei produzindo e dirigindo o filme, dois anos depois. Fomos muito bem no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo e agora vamos estrear no festival mais tradicional do Uruguai, o que nos deixa muito orgulhosos porque, como você pode perceber, é um projeto muito afetivo. E tenho planos de seguir dirigindo, com toda certeza.
O tema da violência masculina na cozinha é bastante abordado na trama. Johnny Massaro falou sobre a importância de se tocar neste assunto:
– Para mim, enquanto artista, o único motivo em retratar a violência é pela possibilidade de que, através da representação, ela não se repita na realidade. E é isso que tentamos fazer com A Cozinha. Porém, sinto que de uma maneira orgânica e bastante debochada.