Lauro César Muniz vê Globo em retrocesso e critica dramaturgia da Record

Lauro César Muniz, nome marcante da dramaturgia nacional, participou de uma entrevista ao canal da revista Veja e avaliou o panorama das novelas exibidas atualmente, especialmente no horário nobre da TV Globo. Aos 89 anos, o autor comentou sobre as mudanças no estilo das produções e apontou diferenças em relação ao passado.

Lauro César Muniz

Lauro César Muniz, nome marcante da dramaturgia nacional, participou de uma entrevista ao canal da revista Veja e avaliou o panorama das novelas exibidas atualmente, especialmente no horário nobre da TV Globo. Aos 89 anos, o autor comentou sobre as mudanças no estilo das produções e apontou diferenças em relação ao passado.“A gente sente que houve um retrocesso lamentável na qualidade das telenovelas que estão no ar no horário principal. Lamento isso”, afirmou Muniz, que destacou o contraste entre o que vê hoje e as produções anteriores.Segundo ele, mesmo com a presença de profissionais talentosos no mercado, alguns roteiros recentes demonstram queda de qualidade. “Já vi alguns trabalhos anteriores, o mesmo autor fazendo trabalhos muito bons e hoje regredindo bastante. Nosso passado, modéstia à parte, foi excelente. Tivemos grandes autores, colegas fantásticos que faziam alguma coisa nova, buscavam um caminho novo”, analisou em entrevista à Veja.Muniz também sugeriu que os personagens devem evoluir durante a história. “O que visto é que os capítulos hoje se repetem muito e ao chegar no meio já estão marcando pontos como eram no início… Tem uma estrutura que se modifica com o decorrer dos capítulos. É muito importante mudar as novelas em relação ao tempo. O espectador quer rever coisas, sim, mas quer que a coisa continue mudando, dando aos personagens caminhos diferentes”, observou.O autor ainda comentou o foco da teledramaturgia na Record, onde também trabalhou em diversos projetos. Ele foi direto ao abordar a abordagem religiosa adotada pela emissora.“Hoje, na Record, estão muito mais preocupados em fazer propaganda religiosa, o que é lamentável. Uma propaganda que não corresponde ao momento geral do país. Eles estão preocupados mais em implantar uma realidade religiosa. Não é bom. Como não é bom implantar uma realidade marxista. A telenovela tem o seu caminho. Ela tem que ser criada com consciência”, declarou.Com passagens marcantes pela Globo e Record, Muniz escreveu títulos como Espelho Mágico, O Salvador da Pátria, Perigosas Peruas e Poder Paralelo, entre outros. Ele segue acompanhando o gênero que ajudou a moldar por décadas.

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