Lula deve falar sobre operação no Rio durante posse de Boulos
Lula deve se pronunciar pela primeira vez sobre a operação policial no Rio que deixou ao menos 119 mortos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se pronunciar nesta quarta-feira (28) sobre a operação nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em pelo menos 119 mortes, segundo dados oficiais ainda parciais. A manifestação deve ocorrer durante a posse de Guilherme Boulos na Secretaria-Geral da Presidência, inicialmente marcada para as 16h, mas que já sofre atrasos.+ Eduardo Bolsonaro diz que encontro de Lula com Trump foi ‘humilhação’: ‘Símbolo de derrota e pequenez’Nos bastidores, a ordem dentro do governo é clara: evitar que a crise na segurança pública fluminense recaia sobre Lula. Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que o governador Cláudio Castro (PL) tenta transferir a responsabilidade política para o presidente.Os ministros de Lula vêm adotando um tom moderado sobre o tema. Embora reconheçam a gravidade da situação, evitam condenar de forma contundente a operação, como fizeram parlamentares de esquerda e entidades de direitos humanos.Como contraponto à letalidade da ação, o governo cita a Operação Carbono Oculto, que desarticulou a infiltração do PCC em negócios sofisticados, priorizando a inteligência e o combate financeiro ao crime, sem uso da força.Após reunião com Lula no Alvorada, Gleisi Hoffmann e Ricardo Lewandowski reforçaram essa linha: defenderam a repressão às facções, mas destacaram a importância da inteligência policial e da cooperação institucional, possível com a PEC da Segurança.Enquanto movimentos sociais cobram uma posição mais firme sobre as mortes, o Planalto atua para evitar interpretações políticas desfavoráveis. O cuidado se intensificou após a recente fala de Lula na Malásia, quando ele afirmou que traficantes são “vítimas” dos usuários de drogas — frase corrigida pela Secom, mas amplamente explorada por opositores.+ Lewandowski fala sobre reação de Lula após megaoperação no Rio: ‘Se mostrou surpreso’Em sinal de contenção, Rui Costa, ministro da Casa Civil e aliado próximo de Lula, não integrou a comitiva ao Rio. Além disso, as ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) também não participarão da reunião com Cláudio Castro, numa tentativa de despolitizar a resposta federal à crise.
