Mar do Sertão: O nordeste representado na produção de arte e na cenografia
Trazer para os Estúdios Globo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a essência do que foi captado em Pernambuco e em Alagoas. Esse é um dos desafios das equipes de produção de “Mar do Sertão”.
“Absorvemos bastante tudo o que vimos durante a nossa viagem ao Nordeste. Nossa história é uma fábula, o que nos dá certa liberdade de criação, mas não queríamos perder as características da cultura nordestina. Fomos a Recife e a Olinda, em mercados e ateliês, em busca de material e ficamos prestando atenção aos detalhes e aos costumes, em como funciona aquele universo”, conta Flávia Cristófaro, responsável pela produção de arte da novela.
“Trouxemos amostras de terra para termos como referência na construção dos nossos cenários”, complementa o cenógrafo Paulo Renato.
Ao montar e adereçar os cenários e a cidade cenográfica de Canta Pedra, o aprendizado foi colocado em prática. A fazenda Palmeiral, por exemplo, mesmo estando numa região seca, tem mais verde do que as propriedades no entorno, já que o coronel Tertúlio (José de Abreu) é dono do único açude da cidade.
“Foi uma das formas de destacarmos o poder do coronel. A imponência dessa família também está na propriedade da fazenda, que é um casarão assobradado, bem típico do nordeste”, afirmou o cenógrafo.
Segundo Flávia Cristófaro, a casa da família Tertúlio é a única em que o público pode ver flores como orquídeas e bromélias: “Por causa da seca, é uma região em que dificilmente as pessoas têm flores naturais em casa, por isso estamos recorrendo a signos da sorte que são usados nas portas das casas como proteção, como comigo-ninguém-pode, coroa de frade e espada de São Jorge”, enumera a produtora de arte.
Outro detalhe trazido para a trama é a forma de adoçar o café: ao invés de açúcar, muitas vezes os personagens utilizam a rapadura, comum na região. Já na cidade cenográfica, além das casas coloridas, há uma feira que estará sempre montada com barracas de todos os tipos: de pele, de carne, de rendas, de panelas, entre outras. Flávia ressaltou que essas feiras são típicas das pequenas cidades do nordeste.
A produtora de arte destacou, ainda, o trabalho feito no cenário da família de Timbó (). “Nossa intenção é mostrar que, não é porque eles têm menos condições financeiras, que não podem ter as coisas. Eles, na verdade, têm muito: têm tudo o que pegam na natureza e usam com criatividade. Os utensílios são feitos com cabaça, por exemplo. E o Shop Cênti, o burrico do Timbó, se alimenta com palma”, ressaltou.
Já Paulo Renato contou que uma das curiosidades desse cenário é que, ao invés de a equipe construir uma casa de barro, o que seria lugar-comum, segundo ele, fizeram uma casa de paredes caiadas, erguida com tijolos – estes sim feitos de barro.
“Nossa missão é trazer para os nossos cenários no Rio o sertão solar, onde tudo pode ser encarado com otimismo, para assim contarmos a nossa fábula”, disse Paulo.
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