Mariana Goldfarb rebate críticas sobre expor relacionamento abusivo: – Não vou me calar
Mariana Goldfarb se pronunciou e fez um desabafo após receber críticas por expor que já sofreu com um relacionamento abusivo. A modelo rebateu comentários de internautas que diziam para ela não tocar mais no assunto e aproveitou para deixar claro que continuará fazendo depoimentos sobre o que passou.
Em um vídeo compartilhado no Instagram, a famosa começa citando o tipo de mensagens que recebe e confessa que se abalou com algumas delas:
– Quantas vezes escutei que não era mais para eu falar sobre relacionamento abusivo, que era para eu seguir em frente com a minha vida e que falando publicamente sobre isso nenhum homem ia querer formar uma família comigo. Quantas vezes fiquei desesperada ao ouvir isso porque formar uma família está entre os meus desejos mais profundos. Quantas vezes recebei mensagens de seguidoras dizendo que era para eu superar, como se fosse trivial superar e se perdoar por ter ficado tanto tempo em um lugar apertado, escuro, sufocante.
E continuou:
– Ninguém sabe quanto de fato esse lugar é de fato solitário, só quem passa por isso. Afinal, nós mulheres o tempo todo estamos sendo instruídas e doutrinadas a não falar, a ficar quieta, a não desagradar e nem trazer assuntos que possam incomodar. E a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. Então a gente foi ensinada a ficar quieta e não denunciar.
A modelo expressou seu incômodo com as críticas e explicou que decidiu falar sobre o assunto por acreditar que muitas mulheres poderiam se identificar com sua história e ver que elas também conseguiriam sair de uma relação abusiva, assim como ela.
– Ah mas ficou tanto tempo porque então? Isso ainda é uma das coisas que eu mais ouço e que me faz ranger os dentes de tanta raiva que eu sinto. Acontece que eu não vou parar de falar sobre esse assunto, porque eu sei que tem muita mulher que entende perfeitamente o que estou dizendo em português muito claro, que não se sente tão sozinha e que pensa que se eu consegui sair, ela também vai conseguir sair. Sei que vai ter gente que não entende nada e me julga por isso. Tudo bem, esse é o prego. Eu sei que para muita gente trago esperança de que sair é possível. Essa tal saída que a gente não enxerga, que parece a quilômetros de distância, ela é real.
Mariana deu um recado bem direto e seguiu compartilhando seu ponto de vista:
– Eu queria que vocês entendessem que falar sobre isso nada mais tem a ver comigo, ficou muito maior do que eu. Virou uma forma de me fazer útil e viva dentro de uma sociedade ainda muito misógina e violenta com as mulheres. Eu fico pensando se talvez o que eu tenha passado tenha como um propósito ajudar outras mulheres. Por isso não vou me calar. É falando sobre isso que também consigo lamber minhas feridas e ressignificar tudo o que passei. Falando sobre isso eu honro as minhas dores.
E finalizou:
– Eu também procurei ajuda em todos os lugares que eu podia para tentar entender o que eu estava passando. Até descobrir os nomes das coisas, o ciclo do abuso e que tudo aquilo era de fato real e que estava acontecendo comigo, foram tempos difíceis. Por isso sei da importância da informação e do acolhimento. Tem muita gente, que assim como eu, demora para entender a dinâmica. Estou aqui para essas pessoas e para as pessoas que talvez tenham uma amiga, irmã, conhecida, vizinha ou inimiga que talvez esteja nessa situação. Estou aqui também para quem quiser se educar mais sobre o assunto. Em 2025 muita coisa vai mudar, mas este assunto não está na lista. Sigamos juntas.