Mulher dá entrada em hospital do RJ para dar a luz e tem braço amputado
Uma mulher de 24 anos teve a mão e punho amputados três dias após um parto feito em um hospital do Rio de Janeiro. Apesar do caso ter ocorrido há três meses, ainda não há respostas sobre o que pode ter acontecido.
A vítima, que está com identificação sob sigilo, disse à TV Globo que não sabe o que aconteceu após dar à luz no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá. Ela deu entrada no dia 9 de outubro. Um dia após, seu terceiro filho nasceu de parto normal.
No entanto, a paciente teve uma hemorragia depois do nascimento da criança. Os médicos fizeram um acesso venoso na mão dela para inserir a medicação. Mas a tentativa falhou, quando a jovem sentiu dores e incômodo no membro.
“A mão da minha filha estava ficando roxa e muito inchada. E aí perguntei o que iam fazer com aquilo. A única coisa que estavam fazendo é uma bolsa com gel, botava no micro-ondas, esquentava, e dava para ela. E a minha filha reclamando que estava queimando”, relatou a mãe da paciente, a dona Kelly Cristina em entrevista ao “RJ1”.
Com a gravidade do caso, ela foi transferida a um hospital da mesma rede, na cidade de São Gonçalo, Região Metropolitana. “A porcentagem seria mínima dela sobreviver. Seria 95% de não ter a mão, deles terem que amputar. E de 5% de reverter o caso. Mas, infelizmente, esses 95% venceram”, disse Kelly em depoimento.
Ela ainda ficou 17 dias internada longe da criança. “Eu perdi a oportunidade de ver meu filho nos primeiros dias. De amamentar. Meu peito ficou produzindo leite por três dias, mas é como se eu tivesse tido um aborto”, disse ela em desabafo.
“Para mim, está sendo um recomeço. Porque eu estou me refazendo. Eu tive a minha mão por 24 anos. Fui apenas ganhar um bebê e voltar sem ela, para mim, foi um pouco estranho. Para qualquer pessoa”, seguiu a mulher.
“Não posso dar banho no meu neném. Não pude amamentar o meu neném. Tem certas coisas que eu não posso fazer com ele, que eu já tinha feito com os meus dois outros filhos”, lamentou.
A advogada Monalisa Gagno está acompanhando o caso, que foi registrado na 41ª DP (Tanque), como lesão corporal culposa. Testemunhas já foram ouvidas pela polícia. Já o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá disse que vai apurar o acontecido, e que se solidariza com a vítima.