Número de mortos em megaoperação no Rio de Janeiro ultrapassa massacre do Carandiru
Número de mortos no Complexo da Penha e no Complexo do Alemão ultrapassa 130, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro
 
					A ofensiva policial realizada na terça-feira (28/10) em comunidades do Complexo da Penha e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, terminou com um saldo trágico e entrou para a história como a operação mais letal já registrada no país. Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), 132 pessoas perderam a vida, entre elas quatro policiais, dois militares e dois civis. As informações são do Metrópoles.Na tarde de quarta-feira (29/10), o balanço parcial divulgado pelas forças de segurança do Rio indicava 119 mortos. O número atualizado superou a marca deixada pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, quando 111 detentos foram mortos pela Polícia Militar de São Paulo (PMSP) durante uma rebelião na Casa de Detenção, na capital paulista.A operação teve como principal objetivo desmontar a estrutura do Comando Vermelho, facção que mantém domínio sobre diversas regiões da capital fluminense. De acordo com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), 113 suspeitos foram presos. Diferente do episódio do Carandiru, que começou a partir de uma revolta dentro de um presídio, a ação no Rio foi planejada para atingir lideranças do crime organizado que controlavam os dois complexos.A violência do confronto e a quantidade de mortes superaram qualquer registro anterior no estado. Organizações de direitos humanos, que durante décadas consideraram o Carandiru a ação policial mais sangrenta do país, agora apontam a operação no Rio como a mais letal do século 21.O massacre ocorrido em São Paulo marcou a história brasileira pela brutalidade e pelas consequências judiciais que se arrastaram por décadas. Em 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu extinguir as condenações de 74 policiais militares responsabilizados pela morte de 77 presos no episódio.A decisão teve como base o decreto de indulto assinado em 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que concedeu perdão a agentes de segurança condenados por crimes cometidos há mais de três décadas.Com a nova operação no Rio de Janeiro, o país revive o debate sobre violência policial, segurança pública e limites do uso da força em comunidades dominadas por facções criminosas. A tragédia reacende uma ferida histórica e reposiciona o estado fluminense como o centro da mais mortal ação policial da história recente do Brasil.
 
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
  