O que aconteceu no Monte Rinjani: guia relembra últimos minutos com Juliana

Ali Musthofa, guia de trilhas na Indonésia, compartilhou detalhes dos momentos finais ao lado de Juliana Marins, brasileira que morreu após cair em um penhasco no Monte Rinjani. Em entrevistas aos criadores de conteúdo Denny Sumargo e Brunno Tavarez, o jovem de 20 anos contou o que lembra do episódio e como tem lidado com o impacto da tragédia.

Guia com Juliana Marins

Ali Musthofa, guia de trilhas na Indonésia, compartilhou detalhes dos momentos finais ao lado de Juliana Marins, brasileira que morreu após cair em um penhasco no Monte Rinjani. Em entrevistas aos criadores de conteúdo Denny Sumargo e Brunno Tavarez, o jovem de 20 anos contou o que lembra do episódio e como tem lidado com o impacto da tragédia.Ali conheceu Juliana quando ela contratou um pacote compartilhado para subir o segundo vulcão mais alto da Indonésia. A caminhada incluía mais cinco participantes. Segundo o guia, a brasileira teve a opção de pagar por um acompanhamento privado, mas recusou.“A Juliana era a mais lenta, vi que ela estava muito cansada. Mas, no pacote compartilhado, eu tinha seis pessoas. Os demais seguiram adiante”, explicou.O guia afirmou que se preocupou com os integrantes que estavam à frente do grupo, pois o trecho do cume oferece riscos. Disse ter avisado Juliana que voltaria logo. “Eu disse para ela: ‘Você pode esperar aqui. Eu só quero checar como eles estão lá na frente. Eu vou te esperar lá’”, contou Ali.Ali relatou que esperou cerca de meia hora, mas Juliana não apareceu. Quando retornou ao ponto em que ela descansava, não a encontrou. “Vi uma lanterna a 150 metros para baixo. Tive a sensação de que era a Juliana. Eu entrei em pânico”, disse.O guia então buscou o celular para informar à empresa responsável pela expedição. Segundo ele, nos dois dias seguintes ainda manteve esperanças de que ela fosse resgatada com vida.Ao encontrar os familiares de Juliana na embaixada do Brasil, Ali explicou o ocorrido. “Informei sobre a queda da Juliana, dei a cronologia dos fatos e pedi desculpas a eles também. Eles ficaram com raiva. Eu disse que aceito qualquer consequência.”Em entrevista ao brasileiro Brunno Tavarez, ele lembrou de uma frase do pai da vítima: “Você matou minha filha”. Ali disse ter permanecido em silêncio.Desde o acidente, Ali não tem mais guiado expedições. Ele afirma estar proibido de visitar o Monte Rinjani, mesmo como turista. “Agora eu não sei o que vou fazer. Eu só fico aqui em casa, no quarto, vendo vídeos. […] Sinto falta daquele lugar. Sinto falta do vulcão. Eu só queria ir lá como turista, na verdade, mas não é possível.”Juliana foi encontrada sem vida no dia 24 de junho, quatro dias após o desaparecimento.

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