Rainha Elizabeth II enfrentou câncer ósseo em seu último ano de vida

Rainha Elizabeth II enfrentou câncer ósseo em seu último ano de vida

O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson revelou em sua autobiografia Unleashed, que será lançada em 10 de outubro, que a rainha Elizabeth II enfrentava um câncer nos ossos no último ano de sua vida, violando assim o protocolo real.

Johnson relembra os últimos dias da monarca em Balmoral, na Escócia, destacando que o diagnóstico ocorreu pelo menos um ano antes de sua morte, em setembro de 2022. Desde então, houve muita especulação sobre as causas da morte da rainha.

Em um trecho divulgado pelo Daily Mail, Boris Johnson escreveu: “Eu sabia há um ano ou mais que ela tinha uma forma de câncer ósseo, e seus médicos estavam preocupados que a qualquer momento ela pudesse entrar em um declínio”. No entanto, na certidão de óbito da monarca, a causa da morte foi registrada como “velhice”.

O ex-ministro também descreveu o declínio da saúde de Elizabeth II em seu último encontro, destacando que ela “parecia pálida e curvada, e tinha hematomas nas mãos e punhos, provavelmente devido às injeções e acessos”.

Embora raros, os sarcomas ósseos merecem atenção especial no diagnóstico e tratamento em adultos. A American Cancer Society indica que os tumores ósseos não metastáticos representam menos de 1% de todos os tipos de câncer, o que destaca a importância do reconhecimento precoce dos sintomas e da realização de exames adequados.

Embora o osteossarcoma seja mais prevalente na população infantojuvenil, correspondendo a 3 a 5% de todos os tumores nesta faixa etária segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os adultos também podem ser afetados por diferentes tipos de sarcomas.

Bruna David, oncologista da Oncoclínicas, esclarece que não existe nenhum exame de rotina capaz de detectar a doença precocemente. Para o diagnóstico de sarcoma, é realizada uma biópsia que retira um fragmento para avaliação anatomopatológica. “O procedimento recomendado para o paciente irá depender de alguns fatores, como o tamanho e também a localização desse tumor”, reforça a especialista. Vale lembrar ainda que se houver áreas suspeitas, pode ser feita a retirada para análise microscópica.

O sarcoma pode ocorrer em qualquer parte do corpo e costuma atingir na maioria dos casos ossos e também as chamadas partes moles, como músculos, cartilagens, nervos, entre outros. “Existem diversos tipos de sarcoma, que são definidos a partir das células que se originam e ainda seu grau de agressividade. Em linhas gerais, é um câncer que atinge especialmente ossos e partes moles, como células de gordura, músculos, cartilagens e nervos periféricos. Estima-se que em pelo menos 50% dos casos dos sarcomas de tecidos moles e em grande parte dos casos, 75%, os tumores costumam se desenvolver nos braços e pernas”, explica Bruna David, oncologista da Oncoclínicas.

Esse tipo de tumor, considerado raro, não tem seus dados estabelecidos pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) devido sua baixa incidência no país. “Os principais fatores de risco para o sarcoma são as doenças genéticas hereditárias, tratamentos de radioterapia na infância e ainda histórico de retinoblastoma, câncer de colo do útero, mama ou linfoma”, comenta a médica.

Apesar da pluralidade de tipos da doença, Bruna David ressalta que dentre os sarcomas de partes moles, os mais frequentes são os chamados lipossarcomas (que se originam em células de gordura) e os sinoviossarcomas, que afetam tendões e articulações.

Já no grupo dos sarcomas ósseos, chamam especialmente a atenção os osteossarcomas, tipo de câncer infantojuvenil mais comum no Brasil. “Alguns sarcomas aparecem mais em determinadas faixas etárias. Esse é o caso dos osteossarcomas, que por ser um tipo de câncer que começa nas células formadoras dos ossos é comum que seja mais frequente em pacientes pediátricos”, ressalta a especialista.

De acordo com a oncologista da Oncoclínicas, como os sarcomas podem surgir em qualquer parte do corpo, os sintomas variam conforme a localização da lesão e das estruturas vizinhas afetadas. Geralmente, os sinais da doença incluem presença de uma massa, um edema ou ainda mudanças na sensibilidade da área do corpo afetada. “Como raramente a doença apresenta sinais como febre, perda de peso ou fadiga, o que pode sugerir algum problema de saúde é um possível caroço com crescimento evolutivo e incômodo local”, diz.

Sintomas mais evidentes surgem já no estágio avançado da doença, justamente quando passa a pressionar os órgãos. “Os sinais, que costumam ser confundidos com o de outras doenças comuns, merecem atenção e uma investigação detalhada. Por isso, é importante ficar em alerta quanto a nódulos ou tumoração indolor, sangue nos vômitos, dor abdominal que fica mais intensa com o passar do tempo, fezes escuras e ainda sangue nas fezes”, completa Bruna David.

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