Veja as últimas palavras de sargento do Bope à esposa antes de morrer em operação no Rio
O policial militar Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, trocou mensagens com a esposa durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha
Na manhã de terça-feira (28), durante intensos confrontos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, o 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, enviou sua última mensagem à esposa antes de morrer. Em uma troca de mensagens pelo WhatsApp, a mulher perguntou se o marido estava bem, e ele respondeu: “Estou bem. Continua orando.” As informações são do g1.Momentos antes, a esposa havia mandado: “Você tá bem? Deus está te cobrindo. Estou orando.” Após a curta resposta do sargento, as mensagens seguintes não tiveram retorno. O diálogo revela o desespero e a esperança nos últimos instantes de vida do policial. A mulher enviou novas mensagens pedindo notícias: “Te amo. Cuidado, pelo amor de Deus. Muitos baleados. Amor, me dá sinal de vida sempre que puder.”Sem conseguir contato, a esposa tentou ligar várias vezes entre 13h33 e 13h36, mas não obteve resposta. Horas depois, publicou o print da conversa em suas redes sociais com a mensagem: “E você não falou mais. E agora, o que vou falar para Sofia (filha do casal)?”.Na manhã desta quarta-feira (29), a viúva voltou a se manifestar, expressando a dor da perda e lembrando que o mês de outubro é o aniversário da filha do casal. “Outubro, mês do aniversário da minha filha. E para o resto da vida ela vai lembrar do paizinho dela”, escreveu.Heber Carvalho da Fonseca estava há 14 anos na Polícia Militar e era conhecido pela coragem, disciplina e dedicação à corporação. O sargento era casado e pai de uma menina. Segundo colegas, era respeitado pela lealdade e espírito de equipe.Em outra mensagem publicada pela esposa, ela recordou uma frase que o policial repetia sempre que um companheiro morria em serviço: “Ele dizia que tinha uma senha em suas mãos, toda vez que perdia um colega. Que o dia que acontecesse com ele, iria fazendo o que mais amava. E a gente nunca acredita, esse dia chegou. Não consigo explicar essa dor.”Durante a megaoperação, Heber Carvalho da Fonseca e o colega Cleiton Serafim Gonçalves, também integrante do Bope, foram atingidos por tiros disparados por criminosos do Comando Vermelho. Ambos foram socorridos e levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiram.
