Xamã relembra desafios antes da fama e explica conexão com personagem de Três Graças
Durante participação no programa "Papo de Segunda", cantor contou como vivências na Zona Oeste do Rio influenciaram sua carreira e seu trabalho na novela da Globo
Xamã abriu o coração ao falar sobre o passado e sobre como suas experiências de vida continuam presentes em sua trajetória artística. Na última segunda-feira (17), durante o “Papo de Segunda”, do GNT, o cantor e ator refletiu sobre a construção de Bagdá, personagem que interpreta na novela “Três Graças”, da Globo, e revelou que muito do que viveu antes da fama ajudou na composição do papel. As informações são do portal BNews.Segundo o artista, sua juventude nas comunidades da Zona Oeste do Rio de Janeiro serviu como base para interpretar o traficante Bagdá. Ele lembrou que frequentava bailes de favela e convivia com amigos envolvidos em situações de risco.”Cresci em Sepetiba e passei muito tempo entre Santa Cruz, Rodo e Cesarão. Era quase impossível não presenciar violência. Fui juntando lembranças, histórias e detalhes que eu realmente vivi para dar vida ao personagem”, comentou Xamã durante a conversa.O cantor também comentou o impacto emocional da transição entre a rotina simples e o reconhecimento nacional após o sucesso na música. Ele explicou que, no início, teve dificuldade para lidar com a nova realidade, já que passava boa parte dos dias em transportes públicos, vendendo itens na rua e escrevendo suas primeiras letras.”Eu estava acostumado com o trem, com o ônibus, com a rua. Quando parei de andar de transporte público, bateu um vazio. Era ali que eu observava as pessoas, ouvia conversas e surgiam as minhas ideias. A mudança foi dura”, relembrou.Segundo Xamã, essa transformação influenciou até a forma como escreve suas músicas. “Quando comecei a fazer sucesso, me senti deslocado. Hoje tenho 36 anos e ainda sinto falta da primeira inspiração.”Outro ponto que o artista destacou foi a sensação de estranhamento ao encontrar pessoas que admirava na televisão. Ele explicou que, no início, não sabia como reagir diante dos próprios ídolos.”No começo eu travava. De repente, eu estava no mesmo ambiente que gente que eu admirava desde criança. Com o tempo, aprendi a lidar. Hoje chego e falo logo: ‘Sou teu fã'”, contou.Segundo ele, esse choque inicial também afetou sua postura, seu estilo e até a forma como se apresentava publicamente.
